ATA DA QUADRAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO
ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA,
EM 18-05-2015.
Aos dezoito dias do mês de
maio do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Airto
Ferronato, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Engº Comassetto,
Fernanda Melchionna, Lourdes Sprenger, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Paulinho
Motorista, Prof. Alex Fraga, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni,
Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Constatada a existência de
quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Dinho
do Grêmio, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger,
Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro e Paulo
Brum. À MESA, foi encaminhado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
012/15 (Processo nº 0808/15), de autoria de Elizandro Sabino. Após, foi
apregoado Requerimento de autoria de Pablo Mendes Ribeiro, solicitando
Licença-Luto do dia nove ao dia dezesseis de maio do corrente. A seguir, o
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Maria Rita Sabo de Assis
Brasil, representando o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, que discorreu
sobre o cargo de médico municipário de Porto Alegre. Em continuidade, nos termos do artigo 206
do Regimento, Dr. Thiago, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Carlos
Casartelli, Jussara Cony e Sofia Cavedon manifestaram-se acerca do assunto
tratado durante a Tribuna Popular. Após, foram aprovados Requerimentos verbais
formulados por Sofia Cavedon e Paulo Brum, solicitando alteração na ordem dos
trabalhos da presente Sessão. Após, por solicitação de Delegado Cleiton, Sofia
Cavedon e Engº Comassetto, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem
póstuma, respectivamente, a Leandro do Espírito Santo Gomes, a Nina Moreno e à
mãe da ex-vereadora Iole Kunze. Em
continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos
termos do Requerimento nº 021/15 (Processo nº 0610/15), de autoria de Sofia
Cavedon, a assinalar o transcurso do centésimo aniversário do Instituto
Leonardo Murialdo no Brasil. Compuseram a Mesa: Mauro Pinheiro, presidindo os
trabalhos; Antonio Lauri de Souza, padre da Provincial dos Josefinos de
Murialdo; Evair Michels, padre; Salim Sessim Paulo, representando o Conselho de
Cidadãos Honorários de Porto Alegre; e Francisco Roberto de Oliveira,
Secretário do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se Sofia Cavedon, proponente da homenagem, Kevin
Krieger, Rodrigo Maroni, este em tempo cedido por Elizandro Sabino, Dr. Thiago,
Fernanda Melchionna, esta em tempo cedido por Marcelo Sgarbossa, e Clàudio
Janta, este em tempo cedido por Séfora Gomes Mota. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se
Jussara Cony e Reginaldo Pujol. A seguir, o Presidente convidou Sofia Cavedon a
proceder à entrega, a Antonio Lauri de Souza, de Diploma alusivo à solenidade.
Em continuidade, o Presidente concedeu a palavra a Evair Michels e a Antonio
Lauri de Souza, que agradeceram a homenagem. Os trabalhos foram suspensos das
quinze horas e cinquenta e cinco minutos às quinze horas e cinquenta e nove
minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Elizandro Sabino, Sofia
Cavedon, Fernanda Melchionna, João Bosco Vaz, Jussara Cony e Clàudio Janta. Às
dezesseis horas e trinta e seis minutos, constatada a existência de quórum, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 048/13 (Processo nº 0727/13), considerando-se
mantido o Veto Total oposto, por oito votos SIM, quinze votos NÃO e seis
ABSTENÇÕES, após ser discutido por Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Alberto
Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Sofia Cavedon e João Bosco Vaz, tendo votado
Sim Alberto Kopittke, Elizandro Sabino, Fernanda Melchionna, Marcelo Sgarbossa,
Mauro Pinheiro, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, votado Não
Bernardino Vendruscolo, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Guilherme Socias Villela,
Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Lourdes
Sprenger, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista,
Professor Garcia e Rodrigo Maroni, e optado pela Abstenção Carlos Casartelli,
Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Waldir
Canal. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 223/13 (Processo nº 2006/13), considerando-se mantido o Veto
Total oposto, por sete votos SIM, treze votos NÃO e sete ABSTENÇÕES, tendo
votado Sim Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Fernanda Melchionna, Marcelo
Sgarbossa, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, votado Não Bernardino
Vendruscolo, Dinho do Grêmio, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, Kevin Krieger, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro,
Paulinho Motorista, Rodrigo Maroni, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal e
optado pela Abstenção Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Idenir
Cecchim, Lourdes Sprenger, Professor Garcia e Reginaldo Pujol. Em Votação
Nominal, foi apreciado, em 1º Turno, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº
002/12 (Processo nº 0307/12), após ser encaminhado à votação por Lourdes
Sprenger e Reginaldo Pujol. Foi rejeitada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de
Emenda à Lei Orgânica nº 002/12, por oito votos SIM, dezoito votos NÃO e uma
ABSTENÇÃO, tendo votado Sim Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Fernanda
Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Prof. Alex Fraga e
Sofia Cavedon, votado Não Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Dinho do Grêmio,
Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Mônica Leal, Nereu D'Avila,
Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni,
Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal e optado pela Abstenção Delegado Cleiton.
Foi rejeitada a Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº
002/12, por sete votos SIM e vinte votos NÃO, tendo votado Sim Alberto
Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Mauro
Pinheiro, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon e votado Não Carlos Casartelli,
Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Elizandro Sabino,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes
Ribeiro, Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Tarciso Flecha
Negra e Waldir Canal. Foi aprovado o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº
002/12, por vinte e sete votos SIM e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Sim Bernardino
Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado
Cleiton, Dinho do Grêmio, Elizandro Sabino, Fernanda Melchionna, Guilherme
Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jussara
Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Prof.
Alex Fraga, Professor Garcia, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha
Negra e Waldir Canal e optado pela Abstenção Reginaldo Pujol. Na ocasião, foi
apregoado o Memorando nº 008/15, de autoria de Clàudio Janta, informando, nos
termos dos §§ 6º e 7º do artigo 227 do Regimento, sua participação, nos dias
quatorze e quinze de maio, do 1º Ciclo de Cursos de Formação Política 2015,
promovido pela Fundação 1º de Maio, em Capão da Canoa – RS. Também, foi
apregoado o Projeto de Resolução nº 018/15 (Processo nº 1004/15), de autoria da
Mesa Diretora. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Sofia
Cavedon, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na
Ordem do Dia. Em Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 013/15
(Processo nº 0597/15), por vinte e quatro votos SIM, após ser encaminhado à
votação por Sofia Cavedon, Lourdes Sprenger, Mônica Leal, Fernanda Melchionna e
Jussara Cony, em votação nominal solicitada por Clàudio Janta, tendo votado
Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio Janta,
Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Fernanda
Melchionna, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, Jussara Cony, Kevin
Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Mônica Leal,
Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Professor Garcia,
Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. A seguir, foi aprovado
Requerimento verbal formulado por Marcelo Sgarbossa, solicitando alteração na
ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e
Votação, foi apreciado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 002/13
(Processo nº 0615/13), após ser discutido por Bernardino Vendruscolo, Kevin
Krieger e Reginaldo Pujol. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 02
aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 002/13. Na
oportunidade, o Presidente declarou prejudicada a Emenda nº 01 aposta ao
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 002/13, em face da aprovação da Emenda
nº 02. Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 002/13. Às
dezoito horas e vinte e seis minutos, constatada a inexistência de quórum
deliberativo, em verificação solicitada por Kevin Krieger, o Presidente
declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 084/15 e o Projeto de Lei do
Executivo nº 011/15; em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 143/13, os Projetos de Lei do Legislativo nos
046 e 071/15 e os Projetos de Lei do Executivo nos 008 e 010/15.
Durante a Sessão, Sofia Cavedon, Reginaldo Pujol e Delegado Cleiton
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Também, foi registrada a presença,
neste Plenário, de Maristela Maffei. Às dezoito horas e vinte e oito minutos, o
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a
sessão ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos por Mauro
Pinheiro e secretariados por Delegado Cleiton. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo
Presidente.
A
Tribuna Popular de hoje terá a presença do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul
– Simers, que tratará de assunto relativo ao cargo de médico municipário de
Porto Alegre. A Sra. Maria Rita Sabo de Assis Brasil está com a
palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
A SRA. MARIA RITA SABO DE ASSIS BRASIL: Boa tarde Sr. Presidente, Srs. Vereadores, público que nos assiste.
Estamos aqui, o Sindicato Médico, tentando resgatar uma situação muitíssimo
importante para os médicos que trabalham na Prefeitura Municipal de Porto
Alegre. Senhoras e senhores, não é justo que um trabalhador da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre, ao contrário dos demais, não leve para a sua
aposentadoria uma gratificação que se chama Gratificação de Incentivo Médico,
tão importante para os seus proventos. Fruto de uma negociação, esta Lei nº
677, de mais de um ano de trabalho dos médicos e o seu Sindicato, junto à
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, sempre com a participação de vários
Secretários, do Previmpa, da Fazenda, da Governança, e assim por diante. Fruto
disso, conseguimos organizar a profissão de médico na Prefeitura de Porto
Alegre, conseguimos também, através desta lei e desta negociação, mudar o
regime de trabalho dos médicos, pauta esta tão discutida e tão desejada pela
categoria. Conseguiu-se a instituição das 20 horas/semanais de trabalho para os
médicos que trabalham na Prefeitura. Depois de um tempo, tivemos agora a
surpresa de que, contrariando o espírito da discussão, contrariando o espírito
da lei, a Procuradoria-Geral do Município nos diz que não incorporará na
aposentadoria do médico da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, a sua
Gratificação de Incentivo Médico. Da mesma forma, não é justo que o trabalhador
que trabalhe 20 horas e o trabalhador que trabalhe 40 horas, o de 40 não receba
exatamente o dobro da remuneração daquele que trabalha 20 horas. Esta é uma
reivindicação, extremamente simples. Para isso, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul já foi à Prefeitura Municipal de Porto Alegre,
mais de uma vez, e já entregou esse projeto, que visa a organizar e esclarecer
essas lacunas que existem através da Lei nº 677/2011. Trata-se de um projeto de
sugestão dos médicos da Prefeitura de Porto Alegre, tendo em vista que o ótimo
funcionamento dos serviços públicos de saúde no nosso Município, certamente,
têm a ver com as carreiras organizadas de todos os servidores da saúde, e,
neste caso, a dos médicos, os quais eu represento.
Vimos a esta tribuna
popular da Câmara de Vereadores no sentido de sensibilizar os Srs. Vereadores
para que, tendo a oportunidade de observar e de estudar esse projeto de lei,
entendam que se trata de fazer, com este, a justiça que foi desfeita por
ocasião de uma interpretação inadequada da Lei nº 677/2011, que foi amplamente
negociada pela categoria e aprovada pelos Srs. Vereadores nesta Câmara de
Vereadores. Então é nesse sentido que eu também encaminho este projeto de
sugestão ao Sr. Presidente da Câmara, da mesma forma que já o entregamos ao
Poder Executivo. Esperamos que, dessa forma, corrigindo-se as diferenças que
existem para a categoria dos médicos, possa a Prefeitura Municipal de Porto
Alegre manter a luta de todos os trabalhadores do Município por melhores
condições de trabalho, melhores remunerações, direitos não negados aos
trabalhadores. Eu agradeço, boa tarde a todos.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr.
Thiago está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR. THIAGO: Quero, Sr.
Presidente, saudar a Vice-Presidente do Sindicato Medico, a Dra. Maria Rita, e
dizer que, efetivamente, somos solidários à correção desse problema que
tem se transformado esta interpretação de que a Gratificação por Incentivo
Médico não seria levada para a aposentadoria. Problema este que faz com que
quase metade do rendimento da percepção remuneratória dos médicos seja deixada
nesse momento da aposentadoria, e, sem dúvida nenhuma, desvalorizando a
categoria que presta tão importantes serviços à cidade de Porto Alegre. A outra
questão colocada pela Dra. Maria Rita, com muita propriedade, porque o
Sindicato Médico participou de todo esse processo de criação de um avanço para
a categoria, que foi o Plano de Carreira que trouxe à realidade a questão do
cargo de 20 horas. A outra questão que a Dra. Maria Rita traz com muita
propriedade aqui, é a questão da proporcionalidade; e, realmente, tem que se
fazer justiça nesse processo. O que ocorre hoje? O médico que trabalha 40 horas
ganha menos, proporcionalmente, que o médico que trabalha 20 horas. Portanto,
isso precisa ser corrigido de forma urgente para que a cidade de Porto Alegre
possa incentivar mais seus profissionais médicos e ter mais saúde. Parabéns
pelo seu pronunciamento, Dra. Maria Rita, e estamos à disposição para,
realmente, corrigirmos essas duas grandes distorções: a questão da Gratificação
por Incentivo Médico e a questão da proporcionalidade. Parabéns.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente; cumprimentando a Maria Rita, cumprimento toda a
categoria, e dizer que o tema que a senhora traz aqui não é nenhuma novidade
para nós, porque toda semana temos que discutir um caso ou outro das questões
salariais e dos direitos dos trabalhadores da Prefeitura Municipal. Nós temos
debatido e discutido que tem que avançar o Plano de Carreira que contemple
todas as categorias. Nesse caso específico dos médicos, nós sabemos que a
Prefeitura de Porto Alegre tem uma carência real no que diz respeito ao
atendimento médico, principalmente nos Postos de Saúde da Família, que são mais
distantes e que exigem que os médicos e as médicas sejam remunerados
adequadamente. Somos solidários com o que a senhora traz e nos propomos a fazer
esse debate, que já deveria ter sido concluído, não só da categoria médica, mas
do Plano de Carreira para todo funcionalismo. Um grande abraço e muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Eu queria cumprimentar a Dra. Maria Rita, que representa aqui o Simers, e nos colocar à disposição dessa luta,
porque me parece extremamente absurdo, a mim e ao Ver. Alex Fraga, nossa
Bancada do PSOL aqui da Câmara, que essa gratificação não seja incorporada na
aposentadoria. Na verdade, na ausência do Governo apresentar um Plano de
Carreira que conceda direitos, foram se criando as gratificações, e nós
defendemos, inclusive, a ampliação para os outros cargos da área da saúde, mas
foi uma medida extrema diante dos baixos salários que os trabalhadores da saúde
ganham no Município de Porto Alegre. Na verdade, nós temos que garantir um
Plano de Carreira que incentive a carreira no Município, que incentive a
progressão e que incentive que os melhores profissionais fiquem na nossa rede
pública para atender a nossa população. Então veio essa gratificação, e nos
parece extremamente absurda que ela não seja incorporada à aposentadoria, assim
como os profissionais de 40 horas não receberem o que seria justo, ou seja, o
dobro do salário de quem produz, de quem trabalha uma carga horária de 20
horas. Nós queríamos nos colocar à disposição. Acho que o sindicato entrega
hoje ao Presidente a sua proposta, e acho que seria bom, de repente, daqui um
pouco, fazer uma audiência em alguma Comissão chamando o Executivo para a Mesa
para negociar, porque nós vemos o desmonte do serviço público municipal. Nós
vemos que os trabalhadores tiveram que votar o indicativo de greve para
quarta-feira porque não têm uma proposta salarial adequada para combater os
ataques da inflação e as perdas salariais da categoria, porque não existe uma
resposta para o efeito cascata que atinge a todos os funcionários do Município
de Porto Alegre, que podem fazer com que percam até 30% dos salários. E nós,
diante dessa intransigência, temos que nos postular, apoiar as lutas legitimas
do sindicato e garantir que os trabalhadores sejam respeitados e valorizados.
Então, contem com a nossa bancada para essa luta, estaremos com vocês
defendendo o mínimo, que é a incorporação na aposentadoria.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Carlos
Casartelli está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS CASARTELLI: Sr.
Presidente, Sra. Maria Rita, em meu nome, em nome da Bancada do PTB, eu queria
abordar esse assunto porque eu acho que é importante colocarmos algumas coisas
que têm que ser vistas de forma um pouquinho mais ampla. A alteração do Plano
de Carreira foi uma conquista da categoria médica? Foi. Mas houve a
participação, sim, e isso ficou pouco claro nas tuas palavras, importante, do
próprio Executivo. Tu deves lembrar que num determinado momento as negociações
foram suspensas, e, num determinado momento, a Secretaria de Saúde achou que
poderia retomar, encaminhar o projeto que criou a carga horária de 20 horas
para os médicos, que criava a GIM, e que mantinha as 30 e as 40 horas como regime
especial de trabalho, além do regime de dedicação exclusiva. Essa foi uma
construção conjunta, com o Executivo participando de forma muito ativa. O
projeto só veio para a Câmara por uma decisão da Secretaria da Saúde, que,
naquele momento, conseguiu conversar com o Prefeito sobre o assunto. O
Secretário Busatto, na época, discutia esse tema, e, quando se criou o regime
de 20 horas, houve a concordância do Sindicato de se mandar o projeto como
estava para a Câmara de Vereadores. Então, acho que a criação do regime de 20
horas foi a maior conquista, resultando numa pequena diferença no salário dos
profissionais médicos.
Quanto à proporcionalidade, o Sindicato sabe tão
bem quanto quem estava no Executivo naquele momento – eu, como Secretário da
Saúde –, que ninguém se deu conta de que a proporcionalidade não estava
ocorrendo. Numa reunião em que havia mais pessoas do Sindicato do que da
Secretaria da Saúde, ninguém levantou esse problema, ninguém se deu conta
disso. Todos se deram conta posteriormente, quando se percebeu que a
proporcionalidade não estava ocorrendo a partir das alterações feitas, mas
houve um ganho. E eu quero dizer que essa proporcionalidade, neste momento, não
pode ser discutida isoladamente – traria poucos resultados discutir apenas a
proporcionalidade nesse momento –, porque nós temos a questão do efeito
cascata, que precisa ser resolvido para todos os servidores. E, nessa discussão
do efeito cascata, acredito que deva ser corrigida, deva ser pautada a questão
da proporcionalidade de quem trabalha 20 horas, 30 horas e 40 horas.
Com relação à GIM, não há dúvida de que há um erro
de interpretação. O objetivo da lei não era de que não houvesse a incorporação.
Então, há um erro de interpretação. Acredito que o Sindicato saiba que nós, o
Executivo e alguns Vereadores, estamos tratando desse assunto. Não adianta, e
eu tenho convicção disso, mandarmos um projeto de lei do Legislativo, pois há
um grande risco de ser vetado, porque há claramente um vício de origem. Então,
isso precisa ser negociado de forma muito profunda com o Governo Municipal,
para que ele mande um projeto que atenda às reivindicações de incorporação da
GIM principalmente.
Realmente acredito que a proporcionalidade deva ser
discutida junto com a questão do efeito cascata, porque senão não serão
resolvidas todas as questões que precisamos discutir. Eu trago essas
informações, porque, senão, parece que tudo foi conseguido pelo Sindicato
Médico, quando, na verdade, o Executivo trabalhou muito naquele momento para
conseguir mandar o projeto para a Câmara. O Sindicato sabe que o projeto não
viria, mas, por uma interferência nossa, da Secretaria da Saúde, conseguimos
salvar o projeto, obviamente que com os avanços que tinham ocorrido, porque não
havia terminado a negociação. Por um impasse que se criou, ou se mandava
daquele jeito, ou não haveria nenhuma alteração. E acho que houve um ganho com
as alterações ocorridas.
Para concluir, quero dizer que os servidores da
Saúde, com exceção da categoria médica, são os servidores mais bem pagos de
Porto Alegre e do Estado. Então, podemos querer receber mais? Sim! Mas,
realmente, os servidores médicos da Saúde têm um salário de mercado abaixo da
média do mercado! E isso não acontece com as demais categorias, que possuem o
maior salário do Estado – eu tenho convicção disso. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
A SRA. JUSSARA
CONY: Eu falo em nome da Bancada do PCdoB, composta por esta Vereadora e pelo
Ver. Maroni. Falo também como Presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos
Servidores e do Serviço Público do Município de Porto Alegre, que é uma Frente
Parlamentar que criamos nesta Legislatura. Então, primeiro, é um prazer tê-la
aqui na Câmara Municipal. Quero resgatar toda uma história sua de militância na
luta das mulheres, nós tivemos oportunidade de militar juntas. Também quero
destacar o trabalho que V. Sa. exerce não só no Sindicato, mas também como
profissional do Grupo Hospitalar Conceição. Eu fui Superintendente do Grupo e
sou testemunha da sua capacidade de articulação e de trabalho.
Eu acho que sempre é bem-vindo um
sindicato, uma entidade representativa dos trabalhadores para essa articulação
via Câmara Municipal, porque, afinal, este é o Poder Legislativo, tem a
responsabilidade não só de fazer, mas também de aprovar leis, de derrubar vetos
e de receber legislações, e V. Sa. entregou ao nosso Presidente uma proposta de
legislação. Então, isso é sempre bem-vindo, porque é dessa relação que as
coisas e as dinâmicas acontecem num processo mais coletivo em benefício,
principalmente, da cidade de Porto Alegre. E por que eu digo isso? O que me dá
a certeza da sua presença? É buscar uma justiça para algo que foi interpretado
de forma equivocada, uma lei para corrigir equívocos, para buscar melhores
condições de trabalho. Então, eu acho isso muito importante. Foi importante o
Ver. Casartelli fazer essa relação também,
porque dá um pouco do histórico, a história é sempre nossa aliada para que
possamos avançar e corrigir. Eu tenho certeza de que o sindicato médico, quando
vem aqui em relação a algo que diz respeito a sua categoria, também está
pensando naquela visão mais estratégica da equipe de saúde multidisciplinar –
já vou dizer por que falo isso. Acho que é interessante uma relação do
sindicato médico com o Simpa, com o sindicato dos municipários, porque eles
estão numa tração muito intensa. Isso diz respeito a médicos da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre, portanto do quadro dos nossos municipários.
Acho que,
também, nos dá oportunidade de ver o significado da atenção aos profissionais
de saúde, e aí nós temos de entrar naquilo que os Vereadores falaram e Vossa
Senhoria também falou, que é a busca de um plano de cargos, carreiras e
salários na área da saúde. Estou falando de cima a baixo, numa visão
republicana, porque nós não vamos construir sistema público de saúde sem um
plano de cargos, carreiras e salários, com este significado, desde a porta de
entrada até a alta complexidade e o da multidisciplinaridade, porque aí nós
vamos ter saúde de qualidade para todos. Agora, saúde de qualidade, humanizada
prescinde de plano de cargos, carreira e salários; de salários; de condições de
trabalho; de formação e de capacitação nessa visão estratégica, para que o
gestor dê as condições. A questão da saúde é uma política de Estado, não é
deste ou daquele Governo. A gestão tem de dar as condições aos trabalhadores
para que, lá na ponta, as políticas públicas cheguem como têm de chegar à
população, a qual, afinal, paga os impostos para ter as políticas públicas de
volta.
Então, acho que
é um momento muito importante para a Câmara Municipal. Quero deixar a Comissão
de Saúde e Meio Ambiente à disposição para os debates que se fizerem
necessários nesta Casa para avançarmos na solução – já falei como Ver. Marcelo
Sgarbossa, que é o Presidente da COSMAM; eu sou Vice-Presidente da COSMAM. Um
abraço e parabéns pelo trabalho.
(Não revisado
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, pela oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Acho importante, assino
embaixo de tudo o que a Ver.ª Jussara Cony já falou, Maria Rita. Eu queria, Sr.
Presidente, aproveitar que este tema tem a nossa solidariedade, nós entendemos
que funcionários que recebem conquistas, determinada gratificação ou carreira,
têm de ter direito de levar, proporcionalmente, à aposentadoria.
Tu vens a esta Casa num momento dramático da categoria municipária. Os
municipários, Presidente Mauro, definiram greve a partir de quarta-feira próxima.
Nós sabemos a razão desta greve. Uma das questões é que aqui há um projeto de
lei com o qual a categoria não concorda e que tem a ver com o efeito cascata. A
outra questão diz respeito aos aumentos diferenciados, em especial aos aumentos
que foram dados para a Fazenda. Estes dois elementos acirraram os ânimos da
categoria, que se sente ofendida diante disso, ao receber uma oferta de
parcelamento referente à inflação em um ano.
Então, eu queria, Presidente, com a presença aqui
do Sindicato Médico, sugerir que V. Exa. pedisse, de imediato, uma reunião com
o Prefeito Municipal de Porto Alegre. Acho que esta Câmara pode fazer uma
tentativa antes de a greve iniciar, porque é impossível que a Prefeitura não
tenha um espaço de diálogo em temas que são justos, alguns que não dão nem
custo para a Prefeitura, como vai ser no caso de incorporação, no caso dos que
estão no Previmpa, que estarão já no sistema de fundo. Então, são questão de
ajuste, de justeza, de luta dos colegas municipários, o que entendemos que
importa muito para esta Casa, porque, se esta greve, de fato, se instalar a
partir de quarta-feira, a Cidade inteira perde. E nós estaremos no olho do
furacão, tentando resolver. A minha sugestão ao Presidente Mauro é no sentido
de, durante o dia, hoje mesmo, marcarmos uma reunião com o Prefeito e de já incorporarmos
o tema que a senhora traz aqui em nome dos médicos colegas municipários.
Parabéns pela luta.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Agradecemos à Dra. Maria Rita de Assis Brasil pela
presença. Vamos conversar com os demais Vereadores para tentar articular junto
à Prefeitura Municipal para que as reivindicações dos médicos possam ser
atendidas. Obrigado.
A
SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem dos
trabalhos, para que possamos, imediatamente, entrar no período de Comunicações.
Após, retornamos à ordem normal.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria da Ver.ª
Sofia Cavedon. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. PAULO
BRUM (Requerimento): Sr. Presidente, conversei com o Ver. Paulinho
Motorista e solicito que o Grande Expediente de hoje seja transferido para a
próxima Sessão, para entrarmos imediatamente na homenagem à Escola Murialdo.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Paulo
Brum. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO.
O SR. DELEGADO
CLEITON (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio em
virtude do falecimento do Leandro do Espírito Santo Gomes, filho do nosso
conselheiro conhecido como Seu Zé, o Sr. José Olinto Gomes, que é um
conselheiro muito atuante, lá do Centro Sul, neste Município.
A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Se o Ver.
Delegado Cleiton me permite, eu gostaria de acrescentar nessa homenagem, por
meio de um minuto de silêncio, a nossa cantora da noite, cantora de tangos, a
já brasileira Nina Moreno, que fez tanta história para a cultura de Porto
Alegre e do Rio Grande do Sul e integração da América Latina.
O SR. ENGº
COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, nesse mesmo sentido, gostaria
também de pedir um minuto de silêncio pelo passamento da Sra. Kunze, mãe da
ex-Vereadora, que também já faleceu, Iole Kunze, ocorrido hoje de manhã.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Deferimos os pedidos da Ver.ª Sofia Cavedon, do
Ver. Delegado Cleiton e do Ver. Engº Comassetto.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Registro a presença da sempre Ver. Maristela
Maffei. Seja bem-vinda, Vereadora.
Passamos às
Hoje, este período é destinado a assinalar o
transcurso do 100º aniversário do Instituto Leonardo Murialdo no Brasil, nos
termos do Requerimento nº 021/15, de
autoria da Ver.ª Sofia Cavedon.
Convidamos para compor a Mesa: o Padre Antonio
Lauri de Souza, Provincial dos Josefinos de Murialdo; o Padre Evair Michels; o
Sr. Salim Sessim Paulo, representante do Conselho de Cidadãos Honorários de
Porto Alegre e o Sr. Coronel Francisco Roberto de Oliveira, Secretário do
Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre, ambos ex-alunos do Instituto.
A Ver.ª Sofia Cavedon, proponente desta homenagem,
está com a palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, com muita alegria
cumprimento e recebemos todos nós o Padre Antonio Lauri de Souza, Provincial
dos Josefinos de Murialdo, portanto, responsável por toda obra no Brasil desta
grande instituição. Recebemos também o Padre Evair Michels, Diretor do
Instituto Leonardo Murialdo e também responsável pela obra social em Porto
Alegre. Somos brindados com a presença de dois representantes do Conselho de
Cidadãos Honorários de Porto Alegre e ambos ex-alunos do Instituto Leonardo
Murialdo, ambos de Ana Rech, na Serra Gaúcha, o Salim Sessim Paulo e o Coronel
Francisco Roberto de Oliveira. Muito obrigada por nos prestigiarem e por virem
aqui testemunhar a extensão e a qualidade dessa grande obra. Quero cumprimentar
os alunos do Colégio Murialdo, alunos do Jovem Aprendiz, professores,
professoras, educadores, leigos e leigas que compõem essa grande obra. Quero
dizer que sou aqui apenas um instrumento, possivelmente, na mão de Deus,
inspirador dessa história toda, um instrumento que fez a mediação, mas o conjunto
dos Vereadores – muitos conhecem e convivem com a obra do Murialdo em Porto
Alegre – aprovou esta homenagem, e ficamos muito honrados que ela seja no dia
do Santo Murialdo, hoje, dia 18 de maio. Também quero dizer que a Câmara faz um
reconhecimento para muito além do religioso, nós fazemos um reconhecimento de
uma obra social fundamental, construtora da nossa cidadania, da nossa história,
do nosso bairro de Porto Alegre, porque sei que até o nome do bairro foi mudado
pela história, pela construção que vocês fizeram. Com muito carinho, vou ler a
justificativa com a qual nós apresentamos a homenagem aqui na Casa: em 26 de
outubro de 1828, nascia, em Turim, na Itália, Leonardo Murialdo. Jovem
entusiasta e preocupado com os problemas sociais de sua cidade, tornou-se padre
e, em 19 de março de 1873, fundou a Congregação de São José, conhecida
popularmente como Josefinos de Murialdo. A história do Instituto Leonardo
Murialdo no Brasil iniciou-se no ano de 1915. Os primeiros padres que vieram ao
Brasil se estabeleceram inicialmente em Quinta, localidade de Rio Grande. Aos
poucos o Instituto Leonardo Murialdo foi criando força em terras brasileiras e
iniciou obras de educação e assistência social em Caxias do Sul e Porto Alegre;
Araranguá e Orleans, ambas em Santa Catarina, e em diversos outros Estados do
Brasil, com o passar do tempo. Faço aqui uma observação de que essa passagem
pela Zona Sul do Estado não foi de longo tempo nem de grande implantação, mas
deixou as suas marcas. Eu me orgulho, como italiana, de saber que foi na Serra
Gaúcha, no reencontro com as origens, com a história, com o dialeto, com a
cultura religiosa muito forte dos italianos, que a Congregação encontrou um
terreno muito fértil, e conseguiu seu intento de evangelizar e educar, mas, principalmente,
de dar conta desta missão desta linda inflexão que o Santo Murialdo tinha, da
preocupação com as crianças, adolescentes e jovens, e em especial com os mais
vulneráveis. Ele foi um jovem que viveu uma crise na sua adolescência, uma
crise de identidade, uma crise existencial, e fez uma opção por este caminho
tão forte que inspirou e criou tantas vidas. Mas quero chamar atenção de que
essa inspiração também vem da forte atuação no campo social de Leonardo
Murialdo naquela Itália tão sofrida. Ele era envolvido com o operariado
católico...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: ...com os centros de estudos sociais de defesa e implementação da boa
imprensa – olha que lindo, nós que estamos fazendo o debate da necessidade da
democratização da mídia –, e trabalhou na formulação de leis sobre o trabalho
das crianças, dos jovens e das mulheres na Itália.
Para encerrar, falando um pouquinho de Porto Alegre,
o Instituto Leonardo tem uma missão que já tem inúmeros programas sociais: a
Escola Infantil, o serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, o
Cidade-Escola, o Programa Jovem Aprendiz, o Grupo de Convivência de Melhor
Idade, o Programa de Apoio à Família, o Colégio Murialdo, de Ensino Fundamental
e Médio, Santuário São José, Paróquia Menino Jesus de Praga e outras tantas
ações. São mais de 2.300 atendimentos diários, Srs. Vereadoras e Srs.
Vereadores, na nossa Capital. Então, nesses cem anos de história o Instituto
Leonardo Murialdo desbravou terras distantes e enfrentou desafios diários para
levar em frente o legado do seu fundador: "Cuidar do que é mais precioso
na sociedade: as crianças, e, nelas, o coração".
Então nós queremos, com esse pequeno registro na
Câmara de Vereadores, que esta obra se fortaleça, que esta generosidade, essa
humanidade, esse humanismo, esse recorte da educação, que para nós é a essência
da transformação da sociedade e a essência para a construção da vida plena e com qualidade em todas as outras áreas, que essa
inspiração do jovem Leonardo siga muito forte, muito firme, que sempre conte
com a parceria dos governos, dos parlamentos e que sempre tenha, nesta Cidade,
uma grande acolhida. Muito obrigada a todos e todas que construíram essa
história. Parabéns a todos vocês, que hoje são parte dela, que saibam honrar,
alunos – meninos e meninas –, e que sejam reprodutores de uma vida melhor para
todos, em especial para as nossas crianças. Longa vida à instituição dos
Josefinos de Murialdo no Brasil! (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Kevin
Krieger está com a palavra em Comunicações.
O SR. KEVIN KRIEGER: (Saúda os componentes
da Mesa e demais presentes.) Esta é uma tarde importante de reconhecimento a
uma instituição, Ver.ª Sofia, e a parabenizo pela homenagem aos cem anos do
Instituto Leonardo Murialdo, sem dúvida nenhuma, uma das melhores entidades e
organizações desta Cidade, onde eu tive a satisfação, como Presidente da
Fundação de Assistência Social e Cidadania, de ser parceiro na construção da
vida de muitas crianças e adolescentes e de suas famílias.
Em nome do Ver. Villela, do Ver. Nedel e da Ver.ª Mônica – bancada do Partido Progressista –, quero aqui parabenizar pelo trabalho e referenciar o nome de um jovem, o Joel, um dos representantes do Instituto Murialdo, que é um grande parceiro na luta, não é, Sofia? Muitas vezes, eu estive no auditório do Instituto Murialdo, no Partenon, enfrentando, Ver. Mauro, algumas batalhas muito duras, mas sempre na busca do melhor para a cidade de Porto Alegre no atendimento e no serviço prestado para as nossas crianças e adolescentes. Sem dúvida nenhuma, na área da educação, na área da assistência, o Murialdo vem fazendo muito pela nossa Cidade. Eu queria, mais uma vez, Ver.ª Sofia, te parabenizar, porque nós temos, aqui nesta Casa, que valorizar as instituições e as pessoas que fazem por nossa Cidade. Eu não tenho dúvida de que tivemos muitos avanços, Joel, nos últimos anos na cidade de Porto Alegre, como, por exemplo, hoje nós praticamente não enxergamos mais as crianças e os adolescentes nas ruas de Porto Alegre. O Instituto Murialdo, junto com diversas outras entidades, foi, sem dúvida nenhuma, junto com o Governo, o responsável por hoje nós termos garantidos os direitos das crianças e dos adolescentes que viviam nas ruas. Ainda temos poucos, mas, graças a essas entidades como o Murialdo, nós estamos vencendo e quase eliminando esse problema. Temos muitos outros problemas para enfrentar lá dentro das comunidades, e, para isso, a gente precisa...
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e
demais presentes.) Ilustre Ver. Kevin Krieger, quero fazer um aparte para,
justamente, participar desta homenagem ao Instituto Murialdo. Quero aqui
agradecer o trabalho que os Josefinos e o Murialdo fazem em prol da educação,
da solidariedade de Porto Alegre. Também quero agradecer o trabalho que fazem
auxiliando naquela procissão já famosa da Sexta-Feira Santa, em direção ao
Morro da Cruz. Tenho a honra também de já ter sido palestrante lá no ECC da
Paróquia há muito tempo. Mas estive lá no próprio encontro e, depois, num
pós-encontro. Quero agradecer e cumprimentar. Continuem sempre lutando pela
educação, pela orientação espiritual da nossa Cidade, pela saúde e, também,
pela parte da solidariedade. Parabéns! São cem anos em prol do bem, e isso é
extremamente importante. Parabéns! (Palmas.)
O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e
demais presentes.) Quero dizer que eu estava ali sentado e pensando que um
trabalho como esse sempre me emociona muito e me dá a sensação de que posso,
cada vez mais, acreditar neste País, porque existem pessoas ajudando a
construir este País e, principalmente, ajudando as nossas crianças, que
precisam deste caminho, um caminho bonito, para que a gente possa ter um País
mais justo, mais humilde e sem violência. Então, eu quero cumprimentar todos vocês
da Mesa por esse belíssimo trabalho e, mais uma vez, agradecer a Sofia e o
colega Kevin Krieger. Obrigado. (Palmas.)
O SR. KEVIN KRIEGER: Para concluir, eu
queria, mais uma vez, parabenizar a Ver.ª Sofia pela homenagem, cumprimentar o
Instituto Leonardo Murialdo, os seus dirigentes, os seus professores,
educadores e todos os seus educandos pelo belo trabalho que vêm fazendo na
Cidade. Vida longa ao Murialdo! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver.
Rodrigo Maroni está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Elizandro Sabino.
O SR. RODRIGO MARONI: (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Eu queria fazer uma saudação muito
especial aos professores, assistentes sociais, psicólogos, alunos e todos os
que estão aqui nas galerias, que enchem as galerias. É uma honra muito grande
para todos os Vereadores ver a Câmara com povo: aí ela passa a ter a sua função
de fato, quando o povo vem até a Câmara e participa das atividades. Eu não
poderia deixar de fazer uma saudação à Ver.ª Sofia Cavedon, proponente desta
homenagem; ao Ver. Elizandro Sabino, meu querido amigo, que me cedeu espaço em
Comunicações – o qual eu devolverei com maior prazer –, porque eu pedi para
falar sobre esse tema; e ao Kevin Krieger também, que é uma pessoa com grande
sabedoria e profundidade, porque faz esse trabalho social há muitos anos na
cidade de Porto Alegre.
Quero dizer para
vocês que falar do trabalho do Murialdo, que eu quero muito ir conhecer... por
que eu quis falar sobre isso? Eu assumi como Vereador há apenas dois meses e
pouco, vão fechar três meses, e, entre as prioridades que eu peguei, eu
pensava: o que é que eu vou fazer como Vereador? Será que eu fico naquela linha
do senso comum? Porque um mero professor de ioga, o que é que faria, não é? E
resolvi pegar o assunto das crianças vulneráveis, das crianças com câncer, com
lesão cerebral, dos idosos e dos animais.
Passei, então, todas
as semanas, a fazer quatro, cinco visitas a locais... Aí fui conhecendo, Ayub –
e tu sabes, és meu amigo, eu tenho comentado contigo –, hospitais de crianças,
como o Santa Rita de Cássia, o Lar Santo Antônio dos Excepcionais, o Amparo
Santa Cruz, a Acelb, entre outros,
onde tu vês o limite humano exposto, o limite da vida, da nossa breve vida. Eu
falava com meu colega, o Ver. Pablo Mendes, que perdeu seu pai na semana
passada, sobre o quanto a vida é breve para todos nós e sobre quão importantes
são as entidades como a de vocês no papel mais profundo da política real.
E eu costumo dizer, nesta tribuna, que a verdadeira
política não é feita, muitas vezes, pelos Parlamentares, nem por governantes,
nem por prefeitos, nem por senadores. Lamentavelmente, muitas vezes a lógica
está invertida. E quem faz política é quem está lá na ponta. Por isso, a
profundidade de projetos para se elaborar e para se transformar tem que vir das
pessoas que vivem a realidade, e esse foi o motivo de desejar fazer a visita.
Inclusive, Ver.ª Fernanda, já quero aqui colocar
que a próxima visita que farei será lá no Murialdo. Eu vi que vocês têm um
trabalho absolutamente completo. E dar parabéns a vocês é o mínimo que se pode
fazer. Vocês são referências, inclusive, para serem mostradas a outras
entidades, porque trabalham com crianças, com idosos; trabalho de colégio, de
educação infantil, trabalho no Morro da Cruz, trabalho com famílias, de
reestruturação. Ou seja, o que é que falta? E é o que mais se precisa. Eu digo
que quem faz esse trabalho recebe muito mais do que dá.
Eu tenho convicção de que as pessoas envolvidas não
estão sendo recompensadas pelo salário ou pelo valor de remuneração, que,
muitas vezes, é baixo, tendo até dificuldades na manutenção das instituições. E
em 99% das instituições que tenho visitado, em torno de quatro ou cinco visitas
por semana, ou mais, eu vejo que há muito da criatividade e da boa vontade, do
trabalho voluntário. As pessoas se doam, e doam coisas das suas casas para
ajudar a transformar. E essas pessoas têm a recompensa no coração e na alma, se
completam ali...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. RODRIGO MARONI: ...Por isso, parabéns aos professores, assistentes
sociais e a todos os envolvidos. Estou vendo uma freira muito bonita ali no
meio do público.
Vocês, mais do que qualquer coisa, têm um fã aqui,
quando eu estava estudando e vendo o livro do Murialdo. Ainda esta semana,
pretendo ir lá conhecê-los, ver o trabalho de vocês – são poucas as entidades
em que vemos um trabalho assim.
Quero convidá-los para ir a outras entidades para
que vocês mostrem como é feito o trabalho e como constroem, para que outras
entidades, com esse mesmo caráter, sejam fortalecidas.
Parabéns, vida longa, mais 200, 500, mil anos, e
que gerações após gerações vejam o Murialdo existir. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr.
Thiago está com a palavra em Comunicações.
O SR. DR.
THIAGO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Coronel, eu poderia também me colocar como ex-aluno; a minha mãe foi professora
de Português da Escola Estadual de Ensino Fundamental Oscar Tollens, Ver. Nereu D’Avila, que fica quase na frente da creche
do Murialdo, que eu frequentei entre 1974 e 1976. Filho de brigadiano, naquela
época o meu pai era Tenente da Brigada Militar, e a minha mãe, professora
estadual, como acabou se aposentando. Então, dos meus dois aos meus quatro
anos, eu estive na creche do Murialdo, e poderia estar aí como ex-aluno.
Quero, sem dúvida, ratificar as palavras dos
colegas que me antecederam falando do trabalho de eleição e de exceção do
Colégio e da congregação do Murialdo nos seus diversos aspectos: seja na
inclusão social, a partir de cursos, a partir de capacitações; seja nas
escolas, a parte educacional do Murialdo é, sem dúvida nenhuma, reconhecida na
Cidade, no Estado e no País, mostrando uma veia humanística, uma veia religiosa
até, trazendo um pouco dessa questão de valores, que a nossa juventude e a
nossa sociedade muito precisam.
Quero destacar também
a parte de saúde do Murialdo. Muitos colegas acabaram sendo, médicos, pela
parte de medicina de família, mas, vinculada às instituições, a parte
educacional é a que mais nos chama a atenção, e, por isso, é uma satisfação
para todos nós estarmos aqui homenageando, prestigiando, valorizando
o trabalho da congregação Instituto Leonardo Murialdo, que, sem dúvida nenhuma,
mostra, apresenta para o futuro um ser humano muito melhor do que aquele que lá
começou a ser lapidado, que lá começou a sofrer o seu processo de transformação
educacional. E uma instituição que acredita na transformação educacional, que
acredita no conhecimento, que acredita que esse conhecimento pode levar o
indivíduo a um outro patamar merece ser homenageada pela cidade de Porto
Alegre. É isso que nós estamos fazendo aqui no dia de hoje.
Sei que a grande maioria dos Vereadores gostaria de
falar, tem a intenção de falar; a Ver.ª Jussara Cony falará em tempo de
Liderança – sem dúvida nenhuma seria um prazer lhe dar um aparte, por toda a
sua história na área da saúde –, assim como o Instituto Murialdo também tem a
sua história, e sobre a qual V. Exa. também vai falar.
Recebam deste ex-aluno as sinceras homenagens;
recebam deste ex-aluno esta acolhida, a mesma que tive quando fui aluno da
creche do Murialdo. Lembro-me de uma passagem muito interessante, quando eu – e
lembro-me vagamente desses episódios, mas os meus pais contam com muita
profundidade – aprendi lá o que é a solidariedade, que é o efetivamente
compartilhar o pão. Eu levava a minha merenda, feita de forma mais elaborada e...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. DR. THIAGO: ...acabava trocando-a
com meus colegas de turma, não só com o objetivo de compartilhar, mas porque,
sem dúvida nenhuma, a merenda do outro sempre é melhor que a nossa! Esse
espírito de solidariedade, de irmandade, de ser companheiro – companheiro quer
dizer com pão, compartilhar o pão –, esse espírito a gente trouxe das
instituições do Murialdo, principalmente daquela creche. Parabéns, vida longa e
que continuem por centenas e centenas de anos a executar esse maravilhoso
trabalho que executam até hoje. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Jussara Cony está com a palavra para uma Comunicação de Líder,
pela oposição.
A SRA. JUSSARA
CONY: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Antes de tudo, agradeço às companheiras Vereadoras Sofia Cavedon, autora
da homenagem, e Fernanda Melchionna, que me permitiram usar o tempo de
Liderança de oposição neste que eu considero um momento solene para a Câmara
Municipal de Porto Alegre e para a nossa Cidade. Eu necessitava vir a esta
tribuna para fazer um resgate histórico, porque a história é sempre nossa
aliada quando queremos e quando nos juntamos para homenagear e para
transformar, e o Murialdo tem uma história.
Eu, que sou
funcionária administrativa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul desde
1962 – já aposentada, é claro –, quero resgatar aqui, antes de tudo, para o que
eu vou falar, a figura de algumas pessoas, começando pelo Professor Ellis
Busnello, da Faculdade de Medicina da UFRGS. Saliento que o Murialdo não tinha
só as residências da UFRGS, mas também as da PUCRS, etc. Como funcionárias
administrativas, nós tínhamos toda essa relação para as elaborações que
acabavam, como essa, numa porta de entrada para uma comunidade importantíssima
da cidade de Porto Alegre. O Murialdo foi isso, em todos os seus anos.
Quanto à área de saúde, quero me situar nos anos
1980. Lá, se formaram, como médicos de família, residentes, Ney Girão e Neio
Lúcio Pereira, dois companheiros da história da minha vida na área da saúde. A
formação começou nessa área de residência e medicina da família, mas a visão
estratégica foi se formando naquela comunidade, e o Murialdo foi estendendo
para aquilo por que ainda hoje nós lutamos: uma equipe multidisciplinar. Em
seguida, começaram a se formar, nessa residência, além da medicina, veterinária,
assistente social, enfermeiros e psicólogos. Então, foi um embrião de algo pelo
qual ainda hoje nós lutamos. Essa história é muito rica para a saúde pública,
não só de Porto Alegre, mas do Brasil. A característica de construção de
políticas públicas se davam em entorno do Murialdo, em função da visão mais
estratégica do Murialdo. Era um espaço de muita ação comunitária, na busca de
políticas públicas que hoje estamos implantando e que lá surgiam pelas demandas
da comunidade e pela abertura do Murialdo como um todo, na área de saúde de uma
forma muito particular. Um movimento comunitário de muita luta. Não havia água
no Morro da Cruz! Na Vila Vargas não tinha saneamento, calçamento e
urbanização. Exatamente por aquela residência que formou médicos e outros
profissionais – eu sou farmacêutica –, por essa visão humanista que o Murialdo
deu, essa comunidade interagia e lutava por aquelas questões que são básicas e
estratégicas, como água e saneamento para a saúde e para a vida.
Muito eu participei lá, fui eleita, em 1982,
Vereadora esta Casa. Exatamente quando aqui chegamos, o Caio Lustosa e eu,
criamos a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, que nos permitiu continuar uma
relação que antes era como participante da associação dos farmacêuticos, como
profissional; participante da FRACAB, do movimento de mulheres e do movimento
comunitário.
Eu quero resgatar o papel do Murialdo porque ele
teve uma formação muito importante na minha profissão. Em 1972, quando foi
feita a reforma universitária da UFRGS, fui designada Secretária do
Departamento de Medicina Preventiva, Saúde Pública e Medicina do Trabalho –
lembro do Dr. Busnello e tantos outros. E a referência do olhar em saúde
pública era o Murialdo. Isso nós temos que relatar porque a história é aliada.
Eu digo para novos profissionais e a juventude entenderem o significado de um
espaço que se abriu à comunidade, um espaço que foi construtor, sim, desde a 8ª
Conferência, quando muitas coisas aconteceram de formação, para irmos para a 8ª
Conferência de Saúde no Murialdo, passando pela Assembleia Nacional
Constituinte na construção do Sistema Único de Saúde. Hoje, ainda, em plena
15ª, um sistema em construção cotidiana. Então, homenagear o Murialdo – eu
cumprimento a Sofia que nos oportuniza isso – é resgatar a história da saúde
pública no nosso Brasil. E é dessa maneira que uma farmacêutica e militante da
saúde pública, humildemente, homenageia vocês, e, mais do que homenageia,
agradece pelo significado do Murialdo
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro):
A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações, por
cedência de tempo do Ver. Marcelo Sgarbossa.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: (Saúda os componentes
da Mesa e demais presentes.) Para nós, homenagear uma instituição com tanto
trabalho social vinculado à assistência, vinculado à educação e vinculado à
luta comunitária na cidade de Porto Alegre é motivo de orgulho. É motivo de
orgulho essa trajetória de 60 anos em Porto Alegre, mais de cem no Brasil, que
é diretamente vinculada com a organização dos trabalhos de base, da luta pelo
saneamento, na luta pela educação pública. Eu tive o prazer de participar da
luta pela leitura. Lá no Instituto Murialdo foi feita a audiência do Plano
Municipal do Livro e da Leitura, junto com um trabalho muito importante da
biblioteca Ilê Ará, também no Morro da Cruz, que cumpre um papel fundamental
nas lutas da leitura e também na luta pelo desenvolvimento do hábito da leitura
como parte dos necessários projetos de inclusão e de incentivo que têm que ser
realizados, inclusive um trabalho excelente, vinculado com as bibliotecas e com
as escolas estaduais da região. Isso precisa ser valorizado diante de um quadro
que ainda é muito dramático, de falta de bibliotecas e de falta de equipamentos
dentro das próprias escolas, e lá está a biblioteca Ilê Ará formando, com sua
mala de leitura, uma política que permita essa transversalidade com a rede
estadual, assim como a Educação de Jovens e Adultos. Sempre teve um grupo de
senhoras na biblioteca Ilê Ará fazendo aulas de Educação de Jovens e Adultos, e
isso mostra a importância desses equipamentos comunitários e dessa política de
assistência que já atende mais de 2 mil pessoas por dia. Então, nesses minutos
que eu agradeço ao Ver. Marcelo, que me cedeu seu tempo, eu gostaria de deixar
esse registro, porque todo o trabalho que tem essa importância social, essa
importância na criação do SUS, como foi falado, pela Ver.ª Jussara Cony, essa
importância em relação aos direitos da criança e do adolescente são
fundamentais. Ainda mais nesse momento que nós vemos uma política muito
falaciosa no Congresso Nacional tratando de aumentar o círculo de violência e
de exclusão da nossa juventude, que seria a redução da maioridade penal. Na
verdade, hoje, os nossos jovens, os adolescentes, estão sendo vítimas da
violência. Mais de 30 mil jovens foram assassinados no Brasil no ano de 2013,
jovens entre 15 e 17 anos, enquanto os promotores de ações de crimes de
homicídios são menos de 0,05% de jovens. Nós temos um discurso mentiroso que,
para não entrar nas raízes dos problemas – a falta de educação, de cultura,
política de emprego, combate à desigualdade social –, trata de criminalizar a
juventude. Logo a juventude que tem tanta coisa bonita para mostrar e que,
muitas vezes, não consegue desenvolver a sua arte porque não tem estúdios
públicos de gravação, porque não tem acesso ao teatro, a bibliotecas
comunitárias, e o cinema ainda é muito caro. Mas é a juventude que tem muitos
sonhos e que, ao mesmo tempo não tem o cumprimento do Estatuto da Criança e do
Adolescente efetivamente implementado no Brasil. Nós estamos tratando, na
Comissão de Direitos Humanos, inclusive amanhã às 14h30min, a situação dos
abrigos, que deveriam proteger as crianças vítimas da violência dentro de suas
casas. E desses 47 abrigos, o último relatório do Ministério Público apontou
que apenas um não apresenta risco a essas crianças e adolescentes. Esse mesmo
Estado que não garante o Estatuto da Criança e do Adolescente não pode tratar
de criminalizar a nossa juventude. Nós queremos a juventude no banco das
escolas, não no banco dos réus. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. REGINALDO PUJOL: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Eu titubeei um pouco em vir à tribuna. Acho que o pronunciamento da Ver.ª Sofia
Cavedon, responsável pela homenagem, foi por demais conclusivo. E, se não o
fosse o Kevin e os demais Vereadores que me sucederam, mais recentemente a
Ver.ª Jussara Cony, ainda é necessária a nossa presença na tribuna. E não que
os cem anos do Instituto
Leonardo Murialdo no Brasil não merece muitos pronunciamentos. Ele merece! Mas,
para que nós não ficássemos repetitivos, reproduzindo as mesmas afirmações,
todas elas foram muito judiciosas. E, aqui na minha frente, tem um jovem
Vereador que também usou da tribuna e o fez com muita eficiência, com muito
calor humano, o que é muito relevante. Todos os Vereadores que se manifestaram
falaram da importância que o Murialdo tem em Porto Alegre, principalmente na
grande São José, onde, há muito, desenvolve as suas atividades. E, conversando
inclusive com a Ver.ª Jussara, eu perguntei: Vereadora, será que nós estamos
nos referindo àquele Murialdo, da Rua Vidal de Negreiros, esquina da Vinte de
dezembro? Ou é o da Nove de Junho? Ou será que é aquele casebrezinho que a
gente colocou lá na Vila Vargas, quando o Busnello era o coordenador, e que,
depois, se transformou na Unidade de Saúde? Será que é ali que nós estamos
homenageando? Ou é o todo desse processo educacional comunitário, que consegue,
a um só tempo, reunir o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, o Governo de
Porto Alegre, a Universidade Federal, a Pontifícia Universidade Católica,
enfim, todas as pessoas responsáveis sempre estiveram torno de um único
objetivo, que é de contribuir para o progresso e para o desenvolvimento social
de uma área que nós sabemos que ainda é carente, mas já foi muito mais carente
ainda, antes dos Murialdinos chegarem aos altos da Vila
São José.
Então, para dar
o meu testemunho pessoal – até de uma forma um pouco egoísta –, eu vim à
Tribuna. Não pretendo desmerecer, muito antes pelo contrário, reconheço as
homenagens magníficas que já foram prestadas, mas trago o meu depoimento
pessoal. No fundo, senhores, o meu depoimento tem um pouco de saudosismo, tem
um pouco de saudade do Padre Ângelo Costa, por exemplo, dos tempos em que eu
era jovem estudante, e lá no Murialdo, ajudei a fazer a alfabetização de alguns,
nos cursos promovidos pela União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de
Porto Alegre, eu e a Norma Rosito. Dá saudade, mas além da saudade, Ver.ª
Sofia, dá muita alegria de saber que estamos sempre comprometidos com uma causa
tão positiva como esta, que a senhora – na sua sensibilidade de mestra, de
professora, de Vereadora, de atuante política do Município de Porto Alegre –,
teve a sensibilidade de se lembrar e nos permitir esta homenagem que estamos
fazendo no dia de hoje.
Por isso, mesmo
que isso possa parecer, de certa forma, uma arrogância egoística da nossa
parte, eu não me poupei, eu não me omiti, eu vim à Tribuna para dizer: que bom
que o Murialdo existe, que bom que ele está lá na Vila São José, que bom que
ele vai chegar aos 61 anos em Porto Alegre e no Brasil, 100 anos; que bom que
ele vai continuar a prestar o bom serviço que sempre prestou a nossa
comunidade! (Palmas.)
(Não revisado
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta
está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Ver.ª Séfora Gomes
Mota.
O SR. CLÀUDIO JANTA: (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Eu também fui aluno daquela escola, por um
período curto, por um ano. É uma escola que contribuiu muito com aquele bairro,
que deu nome para aquele bairro. São José é um bairro graças ao Murialdo. O
Instituto ajudou muito os jovens que lá nasceram e se criaram, entre os quais
me incluo. Devemos muito à paróquia, à escola, a todos, aos padres e aos
párocos que lá passaram. Eu fiz a minha catequese, a minha comunhão e a minha
crisma dentro da Igreja São José do Murialdo; fui coroinha do Padre Ângelo,
participei de várias atividades. Os Vereadores citaram a creche do Murialdo.
Nós prestávamos serviços naquela creche, logo que ela iniciou e, se diminuíram
os índices de criminalidade, na época, se alguns jovens daquele bairro puderam
chegar aqui nesta Câmara de Vereadores, com certeza, a paróquia e a escola
muito ajudaram. A escola era particular, mas abria as suas portas para a
comunidade; liberava o campo, que até hoje é aberto; liberava a sua cancha de
esportes; era uma escola aberta à população, como se tem hoje; sempre esteve
integrada com a comunidade. Posso lhe dizer que teve um papel de relevância na
comunidade do bairro São José e do Morro da Cruz. De grande relevância, porque,
além de levar as questões de educação, levou as questões de saúde, do turismo;
a procissão do Morro da Cruz é um ato turístico da Cidade de Porto Alegre; vêm
pessoas de toda os lugares para ver a procissão do Morro da Cruz, e,
principalmente é um ato muito cívico.
A comunidade de São José do Murialdo, que deu o
nome ao nosso bairro, tem salvado, no decorrer desses 60 anos, vidas; tem
salvado centenas de vidas, milhares de vidas de jovens, que poderiam estar nas
drogas, que poderiam estar no crime e encontram, dentro da escola, dentro da
igreja, um suporte para saírem dessa criminalidade.
Então, eu
quero dizer que a Ver.ª Sofia foi muito feliz quando veio prestar esta justa
homenagem a essa instituição, uma justa homenagem aos professores, justa
homenagem às pessoas que trabalham, aos alunos, às pessoas que construíram essa
entidade. Durante todo esse período, essa entidade tem sido um alicerce a toda
a comunidade daquele bairro, a todas as pessoas que ali nasceram, que ali se
criam e que ali procuram uma palavra de consolo, uma palavra de esperança. E o
posto de saúde de lá foi modelo da cidade de Porto Alegre; tenho uma prima que
trabalha até hoje naquele posto de saúde. Toda a minha família se casou ali naquela
Igreja, primos, tios, com exceção de mim, porque, como sou devoto de Santa Rita
de Cássia, tive que cumprir uma promessa de me casar na Igreja de Santa Rita de
Cássia. Há pouco, meus tios celebraram Bodas de Ouro naquela Igreja. Então,
creio que o papel que a Igreja vem cumprindo, o papel que a escola vem
cumprindo nos deixam com uma dívida, e eu acho que por meio desta homenagem,
por proposição da Ver.ª Sofia Cavedon, hoje esta Câmara está saldando essa
dívida.
Quero dizer que é uma honra para um filho daquele
bairro estar aqui hoje agradecendo a vocês por terem escolhido a chácara – que
era antigamente –, lá se instalaram e salvaram milhares de vidas, que poderiam
ter caído no mundo das drogas, poderiam ter caído no mundo do crime e vocês
acolheram e salvaram. Muito obrigado e vida longa ao São José do Murialdo.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Convido a Ver.ª Sofia Cavedon a proceder à entrega
do Diploma alusivo aos 100 anos do Instituto Leonardo Murialdo no Brasil ao
Padre Evair Michels e ao Padre Antônio Lauri de Souza, Provincial dos Josefinos
de Murialdo.
(Procede-se à entrega do Diploma.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Padre Evair Michels está com a palavra.
O SR. EVAIR
MICHELS: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro, cumprimentando V. Exa.,
cumprimento toda a Mesa, os demais Vereadores, e também a Ver.ª Sofia Cavedon,
que propôs esta homenagem. Cumprimento também, com muita alegria, a todos que
estão presentes nas galerias, dizendo a vocês que é com muita satisfação que
vejo presente toda a família de Murialdo: as Irmãs Murialdinas, os Leigos
Amigos de Murialdo, os professores, educadores da Ação Social. Vejo aqui
presentes os paroquianos e, acima de tudo, vejo presentes os jovens, os alunos,
que são o motivo principal da nossa alegria e da causa pela qual estamos no
Brasil há 100 anos.
Apenas para situar a todos: a nossa Congregação foi
fundada em 1873 por São Leonardo Murialdo. Em 1900, Murialdo faleceu em Turim,
na Itália. Quinze anos depois, em 1915, é que os primeiros padres vieram para o
Brasil solicitados para o Sul, aqui, no Rio Grande do Sul, mais precisamente,
para a localidade de Quinta. Murialdo faleceu em 1900 quando a Congregação
tinha 27 anos de existência. Muitas obras foram fundadas no decorrer dos anos.
Em 1954 os Josefinos chegaram em Porto Alegre, onde o Padre Cornélio Todesco
assumiu a paróquia, atual Santuário São José de Murialdo. Ao mesmo tempo em que
se desenvolviam as atividades tipicamente paroquiais, os Josefinos começavam também
uma intensa atividade social nesta Cidade, sendo fundada, naquele mesmo ano de
1954, a Associação Protetora da Infância, que hoje abriga o Colégio Murialdo, a
Ação Social Murialdo e o Santuário São José de Murialdo. Desde aquele primeiro
momento, a obra firmou parcerias com a Prefeitura que viabilizaram todo o
trabalho a ser feito. O primeiro Prefeito que se colocou ao nosso lado foi Ildo
Meneghetti, cuja memória fazemos questão de ressaltar. Sete anos após o início
das atividades, aqui em Porto Alegre, ou seja, em 1961, dava-se início ao
Colégio Murialdo. Hoje estamos em nove Estados do Brasil, e em todos esses
lugares os Josefinos de Murialdo se dedicam às crianças, adolescentes e jovens,
seja em colégios, seja em paróquias ou nas mais diversas obras sociais.
As celebrações que marcam esse centenário têm como
primeiro objetivo olhar com gratidão esse passado, gratidão pela presença de
Deus e seu Espírito que conduziu nossa congregação. Esse olhar ao passado deve
servir também para renovar a paixão pelo presente, paixão, principalmente,
pelos preferidos de Murialdo, os pobres e os abandonados. Quanto ainda há para
se fazer pelas nossas crianças, adolescentes e jovens? Quanto o mundo ainda
precisa de Murialdo? Em cem anos, se fez muito, e muito há para se fazer.
Por fim, vamos abraçar com esperança o futuro, os
jovens precisam urgentemente de educadores de corações que os amem, precisam
urgentemente de religiosos que testemunhem o amor de Jesus a cada um deles,
precisam de leigos engajados que abracem a sua causa, precisam de autoridades
políticas que tenham gravadas em seus corações as palavras de Murialdo: quanto
mais pobre e abandonado, mais é dos nossos, que nenhum se perca. Neste novo
centenário que estamos começando será feito muito mais, principalmente se
colocarmos sempre nossa confiança em Deus.
Por fim, deixo aqui registrada a minha homenagem a
todos os Josefinos de Murialdo que já passaram aqui por Porto Alegre, não posso
citar todos, mas faço questão de mencionar dois: Padre Cornélio Todesco, o grande
dinâmico iniciador da Associação Protetora da Infância, e Padre Ângelo Costa,
um carismático que tantos conheceram. Que São Leonardo Murialdo abençoe a
todos: os religiosos, os leigos, os educadores, as autoridades e, acima de
tudo, os jovens, os preferidos de Murialdo. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Padre Antonio Lauri de Souza está com a palavra.
O SR. ANTONIO
LAURI DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver.ª Sofia Cavedon, demais
Vereadores, estimados amigos, irmãos, alunos queridos, queridas – me permitam
usar essa terminologia –, deixo de lado o ufanismo, mas ao mesmo tempo nos
ufanamos, enquanto Josefinos de Murialdo, de viver aqui no Brasil esses cem
anos tentando ser fiéis ao carisma que recebemos gratuitamente desse Santo de
Turim. Viver na fidelidade significa manifestar com a nossa vida, manifestar
com a nossa ação o amor misericordioso de Deus. E quando a gente fala em amor
misericordioso de Deus, parece uma coisa etérea. Não, o amor misericordioso de
Deus se concretiza em cada pessoa e em cada ação desenvolvida por todas as
pessoas. Deus ama nas pessoas que amam. Nós somos amados por Deus quando
recebemos amor, amor dado, amor recebido um pelo outro, esse é o sentido do
amor de Deus. E nós, em relação às crianças, adolescentes e jovens, desejamos
continuar fiéis a esse amor de Deus. E Murialdo qualificava esse amor como
sendo um amor terno, pessoal, atual, infinito e misericordioso. E dessa
espiritualidade de Murialdo nós fizemos a nossa pedagogia, a pedagogia do amor
e a educação do coração, que é o nosso modo de ser e atuar nas obras sociais e
nos colégios, entre eles, nestes 60 anos de presença aqui em Porto Alegre. Amor
pessoal, cada um dos jovens aqui presentes, cada pessoa, enfim, deseja ser
cuidada pessoalmente, não como um anônimo na sociedade, mas como alguém que tem
nome, que é acolhido. Atuais são as diferentes situações da vida humana, as
diferentes etapas da nossa vida, são nelas que somos convidados a abraçar, é no
momento de saúde e de doença, no momento de inclusão e exclusão que somos
convidados a amar infinito. Não podemos amar infinitamente,
mas somos convidados a amar na medida do nosso coração, terno.
Hoje em dia se fala
muito da acolhida e da ternura. Não pode haver uma pedagogia sem ternura. Se o
mundo de hoje e se a nossa sociedade são violentos é porque o mundo perdeu a
ternura. E é muito interessante estarmos nesta Câmara de Vereadores com a
presença das mulheres na política. As mulheres são convidadas – vocês, caras Vereadoras
– a devolver a ternura à sociedade no meio político. Isso é muito importante:
devolver a ternura! E assim podemos, juntos, fazermos um mundo melhor, um mundo
onde aconteça a paz, a paz para todos! E parece que deve ser esse o nosso modo
de viver.
Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, a busca de políticas públicas deve ser o foco da ação
parlamentar, e que todos tenham acesso a essa política pública. Mas quero
chamar atenção para um aspecto da política, não somente visando ao homem
econômico, mas visando ao homem social, ao homem moral, ao homem ético. E a
partir dessa formação do homem social e do homem ético é que iremos construir
uma sociedade nova. Todos nós somos convidados e comprometidos a fazer
acontecer isso. Pedimos a parceria de todos e agradecemos a parceria de todos,
porque esse é o nosso foco principal, a construção do homem a partir do que é
mais importante: o seu coração, a sua espiritualidade, a sua moral e a sua
ética. A todos um grande abraço e muito obrigado! (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): No momento do
encerramento não poderia deixar de parabenizar a Ver.ª Sofia Cavedon por essa
excelente lembrança de homenagear o Instituto Murialdo pelos seus cem anos. E a gente vê a importância, Ver.ª Sofia Cavedon, Provincial Antonio
Lauri, da Instituição, quando vemos tantos Vereadores que subiram à tribuna,
cada um deles levantando um ponto importante. Cada um tem um pouco da história
do Instituto Murialdo, a Ver.ª Jussara Cony conhece uma parte, mais da saúde;
também o Ver. Dr. Thiago; cada um deles conta uma parte da história dessa
Instituição. E isso demonstra o quanto essa Instituição é importante na nossa
Cidade e, principalmente, na região da Vila São José, Ver. Clàudio Janta – que
eu nem sabia ser oriundo de lá e, se procurar nos registros, eu devo ter usado
muito o posto de saúde da Vila São José, quando eu morava na Rua Borborema,
meus irmãos estudaram lá. Então, cada um de nós, Ver. Dr. Thiago, sua mãe era
professora da escola Oscar Tolles, então, a gente vai vendo que nós mesmos
temos uma relação que se confunde com a história do Instituto Murialdo, então,
pudemos saber um pouco mais. Nós, da Câmara de Vereadores, só temos a agradecer
por esse belo trabalho que feito durante esses cem anos e pedir que vocês
continuem ajudando a nossa Cidade, o nosso bairro, para que possamos ser cada
vez mais felizes, que cada cidadão possa ter a alegria de ter uma entidade como
o Instituto Murialdo nos ajudando. E que nós, como Legisladores e
Parlamentares, possamos, cada vez mais, interagir com Instituições como o
Instituto Murialdo para levar o bem comum a cada cidadão da nossa Cidade.
Parabéns pelos cem anos, contemplado com esta Casa. E obrigado por servir tanto
a nossa Cidade. Parabéns a todos vocês. Estão suspensos os trabalhos para as
despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às 15h55min.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 16h): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Elizandro Sabino está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR.
ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras; amigos e amigas que nos assistem através da
TVCâmara, hoje nós estamos assinalando um dia extremamente especial, que é
denominado o Dia de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e
Adolescentes. O dia 18 de maio é assinalado de forma nacional, porque, há 42
anos, nós tivemos a trágica história de uma menina de oito anos que foi
sequestrada, violentada e cruelmente assassinada no Estado do Espírito Santo. O
corpo dela apareceu carbonizado seis dias depois; seus agressores, jovens de
classe média, nunca foram punidos. A data ficou instituída como Dia Nacional de
Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, e depois se
deu, então, a aprovação da Lei Federal nº 9.970, de 2000 – o conhecido Caso
Araceli.
Quero agradecer ao Ver. Paulo Brum, ao Ver.
Casartelli e ao Ver. Cassio a concessão deste momento de Liderança do PTB para
assinalar, neste momento, este dia tão especial. Quero também fazer referência
à presença do meu amigo Valdir Sena, que também prestigia o dia de hoje aqui
nas nossas galerias.
Ontem, dia 17 de maio, ocorreu na Redenção uma
atividade de promoção da Rede de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças
e Adolescentes, com a presença do Comitê Estadual de Enfrentamento da Violência
Sexual contra Crianças e Adolescentes; do DECA, da Delegacia da Criança e do
Adolescente, do EVESCA, do Grupo de Apoio à Mega Eventos. Hoje, das 11h até as
13h, esses mesmos movimentos, acrescido do Grupo Rede Grito pela Vida, estarão
na Esquina Democrática, no sentido de destacar o dia de hoje, mobilizar e
convocar toda a sociedade a participar dessa luta pela proteção das nossas
crianças e adolescentes.
Há uma distinção entre o abuso sexual e a
exploração sexual. O abuso é quando um adulto se utiliza do corpo de uma
criança ou adolescente para a sua satisfação sexual. Já a exploração sexual é
quando um adulto paga para manter relação sexual com um menor de 18 anos,
criança ou adolescente. Nesse sentido, nós, neste dia, assinalamos como o Dia
de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Aqui em Porto
Alegre, nós temos essa realidade em muitos pontos da nossa Cidade – bairro
Ipanema, Porto Seco, Farrapos e tantos outros lugares. Estes órgãos de mobilização
têm trabalhado de forma incansável: os Conselhos Tutelares, o Disque 100. Para
que vocês tenham uma ideia, os dados mostram que, de março de 2003 a março de
2011, o Disque-Denúncia recebeu 52 mil denúncias de violência sexual. E 80%
dessas denúncias dizem respeito à violência contra meninas, sexo feminino.
É nesse sentido que, pela Bancada do PTB, trazemos
este momento especial do dia de hoje, assinalamos este dia marcante, dia em
que, alto e bom som, convocamos toda a sociedade civil a pensar sobre isso e,
acima de tudo, enfrentar e combater a exploração sexual de crianças e
adolescentes. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, em nome do PT e,
espero, em nome de V. Exa., faço aqui uma fala de apelo ao Sr. Prefeito e ao
Sr. Vice-Prefeito – e sei que aqui há importantes lideranças que se relacionam
com a Prefeitura e que são da base do Governo –, porque o conjunto de posturas,
de políticas, de posições, relacionadas à categoria municipária, Ver. Alberto
Kopittke, colega de Bancada, fez com que a categoria deflagrasse, decidisse,
votasse massivamente por greve por tempo indeterminado. Não pensei que íamos,
um ano após o outro, viver isso na cidade de Porto Alegre. Ora, um dos estopins
da greve é a insistência, a teimosia, a falta de escuta e de diálogo da
Prefeitura em relação ao Plano de Cargos, Carreiras e Salários: o projeto de
lei que está nesta Casa não tem o acordo da categoria; é um projeto para
corrigir o possível efeito cascata. A Prefeitura manda para cá, sem acordo da
categoria, um projeto que cria uma parcela autônoma e que trabalha, depois, com
os percentuais da carreira sobre o básico, apenas. Isso significa, em relação a
hoje, perda de ganhos ao longo da carreira para a categoria. E a categoria,
modestamente, sobre este tema do efeito cascata, não quer perder nenhum
centavo; a categoria não quer ganhar nenhum centavo, não quer que a Prefeitura
tenha mais gastos, apenas não quer perder nenhum centavo! E não é possível que
nesse impasse a Prefeitura não entenda que um gesto político fundamental é
retirar esse projeto e dialogar com a categoria; não acredito que a Prefeitura
entenda que é tão importante poupar recursos no futuro, a médio e longo prazo,
em cima da carreira dos municipários, em cima de um problema criado pelo
Ministério Público, jogando a categoria numa greve e prejudicando a cidade de
Porto Alegre. Este é o primeiro apelo: Sr. Prefeito, sinalize, retire o projeto
e diga que quer dialogar.
Segundo
apelo: se houve uma votação nesta Casa que criou uma nova pontuação em relação
aos fiscais da Fazenda, Ver. Pujol, fiscais exatores, e a Prefeitura tinha uma
absoluta convicção de que deveria votar esse projeto, a Prefeitura está
comprometendo R$ 4 milhões, imediatamente, neste ano – em 2017 serão R$ 17
milhões, com 130 funcionários –, significa que a
Prefeitura tem uma convicção de que vai arrecadar muito mais do que R$ 17
milhões, que vai dar saúde e fôlego financeiro à Prefeitura, ao Governo.
Portanto, não é possível que a Prefeitura permita que se desencadeie uma greve
porque anuncia que parcela em um ano a inflação do ano passado, que não tem
alternativa, além disso, que desconta dias parados e encerra negociações.
Então, não é possível, Ver. Nedel, que a Prefeitura, que aposta tantos recursos
numa categoria e aposta na arrecadação, que ela não possa estar em diálogo,
sobre a pauta salarial que o conjunto da categoria coloca.
Faço aqui um apelo, Ver. Janta, e é um apelo porque
o senhor é líder sindical, e eu fui por muitos anos, e nós sabemos que ninguém
gosta de fazer greve, que é ruim para a Cidade, mas é ruim para os
trabalhadores. Os professores não gostam de parar as aulas, interromper o
processo, sabem que tem que recuperar, sabem os transtornos que causam, e
definiram por parar porque não podem aceitar, primeiro: que ou eles vão ter
redução de 30% nos seus salários, porque o efeito cascata vai incidir, ou será
votado um projeto que retira direito ganhos da sua carreira. Quem tiver no
início da carreira, quem tiver no fim a carreira, e ainda vai ter uma parcela
autônoma, vai ter um abono, coisa que nunca compôs a nossa carreira, o nosso
salário da Prefeitura de Porto Alegre, ou seja, não foi dada alternativa à
categoria. Se a Prefeitura não retira o projeto que aqui está, não há
alternativa para categoria que já fez dias de paralisação, fez dois dias, já
fez plenárias, já fez audiência pública nesta Casa, não foi colocada
alternativa. Ou a categoria para por tempo indeterminado, ou ela terá perdas
salariais, não é nem recompor a inflação do ano passado, terá perdas salariais.
Então, quero dizer a V. Exas. Que esta greve não é uma intransigência, uma
irresponsabilidade por parte da categoria. Lamentavelmente, ela é resultado de
opções políticas que não valorizam o conjunto dos municipários, e, pior, fazem
com que eles se sintam afrontados, desrespeitados e sem diálogo, por parte do
Governo. Portanto, Sr. Prefeito, e Sr. Vice-Prefeito, é hora de reverem as suas
posições, ainda dá para evitar a greve.
(Não revisado pela oradora)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro):
A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de
Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, em meu nome e em nome do Ver. Prof. Alex Fraga, cumprimento o nosso
amigo e companheiro Juliano Fripp, do Fórum de Ocupações Urbanas. Na verdade,
esse pronunciamento que queremos fazer na tarde de hoje é em sequência ao
debate anterior, sobre um tema bastante importante, que é essa campanha
falaciosa que está sendo feita com relação à questão da maioridade penal. Os
deputados federais, comandados pelo atual Presidente da Câmara, Eduardo Cunha,
do PMDB, estão votando o projeto que reduz a maioridade penal do Brasil, a PEC
171.
Os favoráveis andam vendendo gato por lebre para a
população, usando mentiras para ganhar apoio popular frente ao povo cansado de
tanta violência. Estão prestes, na verdade, a votar um dos maiores ataques aos
adolescentes. Não querem debater o massacre que estão fazendo no Congresso com os trabalhadores por meio de
projetos que tiram direitos trabalhistas, como a terceirização e as medidas
provisórias de Dilma; nem explicar por que a sexta economia do mundo não é
capaz de garantir mais saúde, mais educação, mais cultura, mais lazer e mais
segurança pública. Usam os adolescentes como bodes expiatórios para desviar a
atenção dos problemas sociais que se aprofundam no nosso País. Queremos
mostrar, nesse discurso, como a redução da maioridade penal só aumenta a
violência, a criminalização da pobreza e a exclusão social.
A primeira falácia é que
os adolescentes são os que mais cometem crimes e ficam impunes. Mentira! Os
adolescentes, na verdade, são as maiores vítimas da violência social. Enquanto
apenas 0,9% de todos os crimes cometidos no Brasil são cometidos por
adolescentes, os jovens de 15 a 29 anos são as maiores vítimas de assassinatos.
Cerca de 30 mil jovens brasileiros foram mortos, no ano passado, em sua maioria
negros, 77%, e, em geral, pobres.
Nada acontece com os
jovens infratores. Outra mentira! O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê
medidas socioeducativas para adolescentes infratores a partir de 12 anos,
inclusive com privação de liberdade, ou seja, desde os 12 anos, os jovens
infratores são encaminhados para casas de internação, que não se diferenciam
muito dos presídios. Até os 12 anos, o ECA prevê medidas de proteção. “Vai
diminuir a violência”. Esta é maior das mentiras! A taxa de reincidência;
cometer novo delito após a pena do sistema educativo, é menor que 30%. Enquanto
que, para os adultos que cumprem pena nos péssimos presídios no Brasil, a
reincidência é de até 70%. Não é nenhuma novidade que o sistema carcerário no
País é um horror, superlotado e comandado pelo crime organizado.
Queremos os
jovens nessas condições antes dos 18 anos? Claro que não! Aliás, nos últimos 23
anos o número de presos no Brasil aumentou 400%. E a violência diminuiu? Não.
Vemos todos os dias mais vitimas desse modelo desigual e violento. O problema é
a impunidade dos ricos e não atacar o problema na raiz, como a questão do
tráfico de drogas, uma verdadeira gangue capitalista, violenta e extremamente
lucrativa. Temos que atacar o tráfico naquilo que ele é mais caro: o poder
econômico. Por isso defendemos uma nova política para as drogas. Nossas
crianças e adolescentes não podem mais morrer nas mãos do narcotráfico.
Outra mentira: que a legislação é atrasada. O Estatuto
da Criança e do Adolescente é recente. Infelizmente ainda está longe de ser
plenamente garantido, com medidas de proteção integral às nossas crianças e
preservando direitos sociais, econômicos e humanos.
Mundialmente, 70% dos países estabelecem a idade
penal em 18 anos. Em 54 países nos quais se reduziu a idade penal não se
verificou, em nenhum deles, a redução dos índices de violência. Países como
Espanha e Alemanha voltaram atrás e redefiniram a idade penal em 18 anos, assim
como seis Estados, nos Estados Unidos, fizeram da mesma forma.
Então, quando a solução é prender, quem educa é o
crime. E isso é inaceitável. Por isso somos contra a redução da maioridade
penal, por isso somos a favor do Estatuto da Criança e do Adolescente e da
garantia integral dos direitos econômicos, sociais das crianças e adolescentes
que vêm sendo negligenciados e tolhidos pelos Estados nos últimos anos.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
BOSCO VAZ: Sr. Presidente; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, nós, desta tribuna,
discutimos os mais variados assuntos desta Casa, assuntos de Porto Alegre,
assuntos do Estado, assuntos do País. Debatemos, por exemplo, segurança, que eu
não me atrevo a debater, por exemplo, com o Ver. Alberto Kopittke, que já
trabalhou na Secretaria Nacional de Segurança, embora eu possa debater com ele,
dentro do pequeno conhecimento que eu tenho e o grande conhecimento que ele
tem. A Ver.ª Sofia Cavedon foi Secretária da Educação, embora eu conheça um
pouco de educação, não vou discutir esse assunto profundamente com ela porque
ela foi Secretaria de Educação. E assim nós temos aqui, Ver. Kevin Krieger,
vários debates nessa situação. Quando a Ver.ª Sofia Cavedon faz a defesa do
funcionário público – com toda a razão –, tem que lembrar, Vereadora, que o
salário para professor que trabalha 20 horas no Município de Porto Alegre é de
R$ 2.200,00, o que o seu Governador Tarso Genro não quis pagar para 40 horas,
que é o piso nacional. Quem trabalha 40 horas em Porto Alegre, Ver.ª Sofia,
ganha R$ 4.400,00. Quem tem 30 anos de carreira, se aposenta com R$ 8 mil, R$
10 mil. Eu fui Secretário de Esportes e vi um professor que se aposentou com R$
12 mil. Então, não dá para vir aqui, fazer esse discursinho de que os
professores não têm o reconhecimento da Prefeitura – têm! E quem fez a lei foi
o Collares e a Neuza Canabarro. Têm! É ou não é que os professores do Município
ganham muito bem? Vou repetir: 20 horas/R$ 2.200,00, o que o Governador Tarso
Genro não quis pagar por 40 horas, que era R$ 1.700,00 ou R$ 1.800,00.
Mas o que também me traz aqui, Ver.ª Sofia, é pedir
o seu apoio, porque eu faço uma política um pouco diferente, mas eu respeito a
sua política, que é mobilizar a juventude estudantil contra os governos que não
sejam do PT. Por exemplo: subiu R$ 0,15 a passagem, V. Exa. estava em frente à
Prefeitura, com todo aquele povo, defendendo. Eu queria que V. Exa. me
ajudasse, porque eu não sei ir lá no Colégio Júlio de Castilhos, motivar aquela
gurizada para ir para rua sobre isso aqui: inscrição do ENEM fica 80% mais
cara. Está subindo de R$ 35,00 para R$ 63,00! Se é o Fortunati que faz isso...
A senhora está rindo, eu não sei por que, mas é sério isso!
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. JOÃO
BOSCO VAZ: Não, não falta, está na capa do jornal: 80%! Eu não vejo a senhora
mobilizar os alunos do Julinho para irem para frente da Prefeitura, para virem
aqui para a Câmara, para invadirem a Câmara aqui! Não é por R$ 0,15, é por 80%
de aumento! Oitenta por cento de aumento do ENEM. Então, há um pouco de
incoerência, Ver. Janta, quando se defende uma causa, e eu repito, Ver.ª Sofia,
eu respeito a sua luta. Agora, é preciso, acima de tudo, se fazerem
comparações. Não se pode vir aqui e jogar palavras soltas como se fosse dono da
verdade. Está na capa do jornal: “80% de aumento na inscrição do ENEM”.(Mostra
jornal.) Essa é a Pátria Educadora...
(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente, apenas uma informação, eu sei que o Ver. Bosco não
deve tê-la: todos os alunos do 3º ano do Ensino Médio de escolas públicas do
Brasil inteiro não pagam taxa. E também é possível encaminhar pedido de isenção
em situações de baixa renda para os demais no caso do ENEM.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A
SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores;
eu venho a esta tribuna não apenas como Vereadora do PCdoB e Líder da nossa
bancada, mas também como membro da direção do meu partido. Tenho um bom tempo
na direção do Comitê Central, na direção estadual, na direção municipal para
fazer um convite a todos os Vereadores, porque é essa a forma que o Partido
Comunista do Brasil, nos seus 93 anos de luta, que se confundem com a luta e a
história do povo brasileiro, faz. Nós estamos em pleno processo da 10ª
Conferência Nacional do Partido Comunista do Brasil. E a nossa Conferência –
estamos nas atividades municipais, já vamos para a estadual no dia 22, e, no
fim do mês, a nacional – defende uma frente ampla em defesa do Brasil, do
desenvolvimento e da democracia. O nosso documento, um projeto de resolução,
aliás, eu vou entregar aos Vereadores de todos os partidos não só o projeto de
resolução do PCdoB, mas também o convite, porque, para nós, esse momento é
muito importante aqui no Rio Grande do Sul e vai ser importante em todo o
Brasil. No dia 22 de maio, às 18h30min, nós estaremos no Hotel Embaixador
fazendo a Conferência Estadual do PCdoB. E vamos contar com a presença da
Deputada Federal de Pernambuco Luciana Santos, que será a mulher a ocupar, pela
primeira vez na história de 93 anos do nosso partido, a Presidência Nacional do
Partido Comunista do Brasil. Isso para nós, mulheres emancipacionistas,
socialistas, patrióticas, democráticas, mulheres da luta popular, é muito
importante, porque é exatamente a nossa luta por mais espaços de mulheres no poder!
O nosso partido está, no momento dessa Conferência, defendendo essa frente
ampla em defesa da democracia, do Brasil e do desenvolvimento. Porque, sem
dúvida, nós vivemos uma disputa entre dois projetos: ou o Brasil avança ainda
mais, ou o Brasil retrocede! E as forças conservadoras se rearranjam no sentido
de evitar o avanço do Brasil. Nós conhecemos isso, o nosso partido é um partido
de 93 anos, é um partido que viveu na clandestinidade e conquistou a legalidade
na luta pela redemocratização deste País! Nós nos sentimos extremamente
responsáveis neste momento para discutir com toda a sociedade essa frente ampla
em defesa do nosso País, para atualizar e efetivar as linhas da construção do
nosso partido. Já dissemos nesta tribuna que democracia pressupõe partidos
fortes, partidos organizados. Aqui nesta Casa, nós temos um campo, é a maior
representatividade do que significa hoje e da própria disputa de projeto do
País! Mas nós, do Partido Comunista do Brasil, sabemos o significado de
fortalecer os partidos políticos, para que nós possamos avançar na democracia,
ainda uma criança na Nação brasileira.
Quero dizer que, para nós, é um
prazer convidar todos os colegas, nós sabemos o momento que estamos vivendo – o
Brasil e o mundo –, que é um momento instável, perigoso, indefinido, porque
vivemos uma etapa muito acirrada da luta de classes no mundo. Uma etapa em que
a agressividade dos impérios – e com destaque ao império norte-americano – não
quer que os países como o Brasil e os da América Latina cresçam, porque isso é
um contraponto ao domínio e à opressão histórica que exercem sobre as demais
nações. E nós precisamos fazer com que esta Nação brasileira, que é uma
referência e que, nos últimos 12 anos, avançou... Ainda falta muito para chegar
a uma outra etapa para nós, comunistas, que lutamos pelo socialismo.
Neste momento, eu finalizo com as
palavras do nosso João Amazonas: “Nós precisamos unir e ampliar, porque a
unidade é a bandeira da esperança e a chave da nossa vitória”.E é por isso que
o PCdoB vem à tribuna e se dirige a este plenário para convidar, elegantemente
e com toda...
(Som cortado automaticamente por
limitação de tempo.)
(Presidente concede tempo para o
término do pronunciamento.)
A
SRA. JUSSARA CONY: ...elegante e politicamente, todos os colegas
Vereadores que quiserem estar conosco no próximo dia 22, às 18h30min, no Hotel
Embaixador. Todos são bem-vindos, porque o PCdoB não tem nada a esconder, o
PCdoB quer mostrar a sua política, o seu compromisso com essa frente ampla por
um Brasil cada vez mais soberano, em defesa da Petrobras, um Brasil mais
democrático, contra toda e qualquer corrupção, e no sentido de que nós possamos
avançar com mais e mais democracia. As posições do partido são claras, nós
apoiamos a Presidente Dilma e queremos que ela ouça, cada vez mais, a voz das
ruas, a voz dos movimentos sociais e sindicais, para fazer o Brasil avançar
rumo a uma sociedade mais libertária, a uma sociedade mais democrática.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos
assiste pela TVCâmara; quinta-feira foi um dia muito importante para os
trabalhadores brasileiros. Infelizmente, eu não pude usar o tempo de Liderança
do nosso partido, pois nós estávamos num curso da Fundação 1º de Maio, um curso
para legisladores, que estava agendado há muito tempo. Mas foi um dia muito
importante para os trabalhadores aposentados. Após muitas derrotas no Congresso
Nacional, tivemos uma grande vitória, uma vitória, pode-se dizer, inesperada,
inusitada, uma vitória que ninguém imaginava que poderia acontecer, que não
estava na pauta do Congresso Nacional, que não estava na pauta dos trabalhadores,
mas que alegrou os milhões dos aposentados brasileiros, alegrou os milhares e
milhões de trabalhadores que poderão se aposentar, que foi o fim do famigerado
fator previdenciário. O Congresso aprovou a fórmula 85/95, o que quer dizer que
as mulheres poderão se aposentar com 85 – não 85 anos, mas terão que ter um
tempo de contribuição e um tempo de idade; pode ser 35 anos de contribuição e
50 anos de idade ou 49 anos de idade e 36 anos de contribuição e assim por
diante. E os homens também: 60 anos de idade e 35 anos de contribuição; 59 anos
de idade e 36 anos de contribuição, acabando com a escravidão do fator
previdenciário, isso após várias derrotas que tivemos no Congresso Nacional,
como a Medida Provisória nº 664, que tira o direito das pensionistas. A mulher,
quando recebe pensão do seu esposo, quando chegar aos 50 anos, vai começar a
viver de Bolsa Família, porque a medida tira o direito que ela tem à pensão. O
Seguro Defeso da pesca foi cortado, assim como o seguro-desemprego, como já
falamos aqui, além do PIS/PASEP para quem tem direito, quem ganha um salário
mínimo, principalmente os jovens do Primeiro Emprego. Mas tivemos esta grande
vitória, que é fim do fator previdenciário. Agora, esse projeto vai para o
Senado e já vimos várias lideranças do Senado dizerem que vão manter esse
projeto lá. As centrais sindicais estão fazendo pressão, principalmente a nossa
central, a Força Sindical, que ficou acampada no Congresso e está no Senado
fazendo pressão para que sejam mudadas algumas regras na terceirização,
principalmente com relação à questão do meio, que nós queremos mudar e vamos
fazer pressão para que seja mantido o fim do fator previdenciário. E esperamos
que a Presidente Dilma também não vete esse grande projeto do interesse dos
trabalhadores brasileiros aposentados. Temos certeza de que essa vitória dos
trabalhadores aposentados foi alcançada com uma votação expressiva do Congresso
Nacional a essa emenda – isso traz dignidade aos trabalhadores aposentados e
isso traz dignidade aos trabalhadores brasileiros.
Temos certeza de que com muita força, muita luta,
fé e esperança nós vamos melhorar a vida dos trabalhadores brasileiros e
principalmente dos trabalhadores aposentados, com essa vitória do fim do fator
previdenciário, votando, agora, no Senado, o Projeto nº 8.595. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 16h36min): Havendo
quórum, passamos à
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0727/13 – VETO TOTAL ao PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 048/13, de autoria do
Ver. Elizandro Sabino, que obriga, em aberturas de eventos culturais
com grande público no Município de Porto Alegre, a exibição de vídeos
educativos com conteúdo antidrogas que informe e conscientize a população sobre
os problemas causados pela dependência química e dá outras providências.
Parecer:
- da CCJ. Relatora Verª Lourdes Sprenger: pela manutenção
do Veto Total.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo
dia: 13-05-15 (quarta-feira).
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLL nº
048/13, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Elizandro Sabino está com a palavra
para discutir o PLL nº 048/13, com Veto Total.
O SR. ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Pinheiro, o projeto que nós estamos discutindo, o Veto Total do Sr.
Prefeito, traz na sua emenda a obrigatoriedade da exibição de vídeos educativos
com conteúdo antidrogas em abertura de eventos culturais com grande público no
Município de Porto Alegre. Este projeto, de fato, no art. 2º apresentava uma
discrepância que foi corrigida através de uma emenda de minha autoria
retirando, suprimindo o inc. III do art. 2º, e também foi apresentado pela
Procuradoria da Casa no que diz respeito à questão da inconstitucionalidade,
inclusive atingindo a esfera das competências do Executivo. Porém, o próprio
Parecer da nossa Procuradoria apresenta a inexistência de óbice para a tramitação
desse projeto. Ele passou por todas as Comissões, foi devidamente aprovado:
“Pela inexistência de óbice, pela aprovação do projeto”. Agora temos, então, o
Veto Total do Prefeito.
Esse projeto já existe no Município de Anápolis, no
Estado de Goiás; na verdade, ele já é lei em Fortaleza, no Estado do Ceará; é
lei em Juiz de Fora, no Estado de Minas; é lei em Ji-Paraná, no Estado de
Rondônia; em Feira de Santana, no Estado da Bahia; em Pato Branco, no Estado do
Paraná; e em Pindamonhangaba, no Estado de São Paulo.
Eu subo a esta tribuna, Sr. Presidente, apenas
porque as razões jurídicas do veto são equivocadas. Há um equívoco jurídico de
interpretação extremamente gritante, há um entendimento contraditório, as
razões jurídicas que foram expostas ao Prefeito são evasivas, a fundamentação
jurídica ora é inadequada, ora não guarda nenhuma relação com o projeto; então
não tem como, juridicamente, não subir à tribuna para fazer a defesa do projeto
e falar sobre a inconsistência jurídica das razões do veto.
Vejam, vou dar um exemplo: já no início das razões
do veto é elencada a Constituição Federal, art. 220, § 3º, incisos I e II, que
diz “propaganda comercial”. O projeto não trata de propaganda comercial, é
exibição de vídeos em áreas privadas, então não trata de propaganda comercial –
já é o primeiro equívoco. Depois, de forma paradoxal, as razões do veto dizem
que (Lê.): “(...) não há legislação federal, stricto sensu, a dispor sobre exibição obrigatória de vídeos de
caráter educativo com o objetivo de prevenir o uso indevido de drogas”. Ora, se
não há legislação federal, nada impede a existência de legislação municipal –
segunda discrepância. Depois, na própria razão do veto, no art. 94 da Lei
Orgânica, apresenta a competência das atribuições do Prefeito, que diz: “dispor
sobre a estrutura, a organização e o funcionamento da administração municipal”.
De fato, mas o projeto não trata da área da administração municipal, e sim da
iniciativa privada.
Por último, o grande equívoco existente na
argumentação jurídica das razões do veto é dizer: a proposição acarretará um
aumento de despesa ao Poder Executivo. Mas que aumento de despesa? Não há
nenhuma despesa ao Poder Executivo, e inclusive o próprio projeto apresenta
aqui que as custas, o ônus é pelas empresas administradoras, pela iniciativa
privada! Então não há como não subir à tribuna para apresentar os flagrantes
equívocos que existem nas razões do veto.
Nesse sentido, Presidente, rogo aos nobres colegas
o apoio, o voto no sentido de derrubar o Veto do Sr. Prefeito. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
discutir o PLL nº 048/13, com Veto Total.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, prezados ouvintes, a
este projeto de autoria do Ver. Elizandro Sabino, assim como ao próximo
projeto, que é de autoria do Ver. Paulo Brum, nós votamos favoravelmente e
entendemos que eles têm mérito. O primeiro é de mérito educativo, que quer
tornar efetiva, no processo de educação do Município, a apresentação de vídeos
educativos com conteúdos antidrogas em eventos culturais com a possibilidade de
abertura do grande público para participar desse debate.
Ver. Elizandro, um dos principais problemas que a
sociedade brasileira está enfrentando hoje, e um dos principais problemas que a
nossa comunidade, principalmente na periferia, enfrenta, é a questão da
drogadização e é o problema do comando do tráfico nas comunidades, onde se
apropriam de associações de moradores, onde se apropriam de temas que dizem
respeito ao Estado e fazem disputa na sociedade pelo comando do tráfico,
principalmente envolvendo as crianças. Portanto, ir por uma linha em que as
escolas que trabalhem na prevenção, durante as atividades culturais, nos cinemas,
nos grandes eventos, possam ser exibidas peças publicitárias que venham
combater a possibilidade do avanço do tráfico, creio que é meritório. Portanto,
Ver. Elizandro, temos convicção de que o Legislativo tem sua autonomia e que
podemos, sim, oferecer à cidade de Porto Alegre um projeto como este para se
tornar realidade.
Nós vamos votar pela manutenção do projeto, bem
como no próximo projeto que tem o Veto Total, do Ver. Paulo Brum, que trata do
cadastro único na cidade de Porto Alegre das pessoas com deficiência. Por que
não ter um cadastro que possa regulamentar, que possa instituir? Nós já temos o
Plano Diretor de Acessibilidade que também não entrou em prática até agora.
Achamos que os dois projetos deveriam se tornar realidade na cidade de Porto
Alegre. Portanto, com relação ao veto do Sr. Prefeito – e ele tem autonomia –,
esta Casa tem que exercitar o poder do Legislativo em ter a sua autonomia de
analisar os projetos que são efetivos, que são bons, que incidem sobre a
sociedade, que podem constituir avanço, e mantê-los como realidade da cidade de
Porto Alegre.
Aqui está em discussão também a autonomia dos
poderes, entre Executivo e Legislativo. E aí, prezado Kevin Krieger, novo Líder
do Governo, tem-nos surpreendido a quantidade de vetos com que o Executivo tem
tratado a Câmara de Vereadores. Ultimamente 100% dos projetos de autoria dos
Vereadores têm sido vetado pelo Executivo. Acho que há um problema de ordem
política, de ordem de interpretação, de análise, de poder conjugar. Não é
depois que deu o Parecer com o Veto Total que vai querer abrir o diálogo; tem
que ser anteriormente.
Há alguns projetos, Ver. Kevin, que foram acordados
com o Governo, inclusive com o Prefeito e com o Vice-Prefeito, para votar no
final do ano passado e que agora voltam com Veto Total. Aí eu não entendo, se
na política há acordo, há acordo! E muitos desses projetos que estão vindo com
Veto têm acordo com o Governo. Inclusive, eu pediria aqui aos autores do
projeto, Ver. Elizandro Sabino e do Ver. Paulo Brum, que explicitem aqui na
tribuna se houve ou não acordo com o Governo, para podermos produzir os
projetos, votar e aprovar. Se houve, há um problema de ordem política que nós
temos que analisar; se não houve, a Câmara tem que manter a autonomia que deve
ter em analisar e derrubar ou não o Veto. Então, para concluir, dizer que este
projeto do Ver. Elizandro Sabino que trata de uma política cultural para
combater a drogadição na cidade de Porto Alegre é bem-vindo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
discutir o PLL nº 048/13, com Veto Total.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, a fala do Ver. Engº Comassetto, obviamente, já me
contemplou, mas eu fiquei tão chocado, meu Líder, Ver. Marcelo Sgarbossa,
quando vi o veto aqui, como se diz popularmente: “Me caiu os butiás do bolso”.
Veja, um Vereador vem aqui e propõe a exibição de vídeos educativos, o Ver.
Elizandro Sabino, autor do projeto, na abertura de eventos. A proposta me
encheu de inveja, de não ter sido eu a propor, porque é uma proposta correta,
como eu falei aqui na tribuna, quando votamos o projeto. É uma proposta do
caminho que a Cidade deve seguir, se quiser vencer as drogas e a violência: a
mobilização social. A ativação da força da sociedade. Conversava agora com
outros colegas aqui sobre a falsa ilusão de que vamos resolver o problema das
drogas, através de um combate à oferta de drogas, pela quantidade de drogas que
chega aqui na nossa Cidade. As drogas vão chegar! A grande questão e o esforço
que nós temos que fazer é sobre a demanda, sobre a quantidade de pessoas e,
principalmente, jovens, adolescentes e crianças, que se dispõem ao uso dessas
substâncias. Eu lia uma tese de doutorado da USP, Ver. Elizandro Sabino, muito
interessante, em que a pesquisadora foi verificar, Ver. João Bosco Vaz, entre
as crianças e os adolescentes que nunca usaram substâncias, por que não tinham
usado. Normalmente, a pesquisa é com quem usa, e ela foi pesquisar com aqueles
que não usaram nunca – nem álcool, nem maconha, nem cocaína. E a conclusão à
que ela chegou foi a seguinte: esses adolescentes não usaram substâncias porque
tiveram acesso a informações sobre o que essas substâncias causariam no seu
corpo. Simples! Não foi o medo; foi a informação do que a substância causa no
seu corpo. O adolescente também preocupado, muitas vezes, em se mostrar perante
seus colegas, evita o uso. Informação! E o seu projeto veio exatamente nesse
sentido: uma política, com certeza, milhares de vezes mais barata do que encher
os presídios, como o problema seriíssimo do Presídio Central de Porto Alegre
que nós temos aqui. É disso que nós precisamos!
E me surpreende o Prefeito aqui, mais uma vez, mas
agora sobre um tema muito caro, sobre um tema e uma proposta muito caros, que
diz muito também da falta de compreensão sobre a política sobre drogas do
Município, de uma concepção de prevenção, de entrar em campo, de lutar pela
juventude desta Cidade. Eu tenho sentido falta. Eu não sei se há um cansaço
pelos 12 anos de administração, mas eu tenho sentido falta de ver o Prefeito
arregaçar as mangas e ir atrás, buscar as crianças da Cidade, buscar o
adolescente, ou o Vice-Prefeito, que parece muito mais preocupado em fazer
campanha do que também disputar as crianças. A gente precisa de gestores que se
entreguem no dia a dia e não fiquem maquinando já só sobre a próxima eleição.
E eu ainda fiquei mais surpreso, como muito bem
disse aqui o Ver. Engº Comassetto, em ver – Ver. Kevin Krieger, outro dia eu
lhe elogiei aqui como Líder –, que a base do Governo ligou uma patrola. Mas, ao
mesmo tempo em que ligou a patrola contra a oposição, parece que ligou a
patrola para os próprios Vereadores da base, porque, desde que a patrola
começou a operar, mais nenhum projeto dos Vereadores chegou aqui sem veto.
Então, é realmente assustador. Acho que merece a atenção de todos aqui, porque
parece que a atual Administração só entende quando alguém ameaça, realmente,
não estar junto. É triste que só trabalhem com base em ameaças, e não com base
em diálogos, em projetos, porque não é o Ver. Sabino quem perde com esse Veto;
quem perde é a Cidade; quem perde são as crianças e os adolescentes, que
poderiam, através desse projeto de lei, estarem recebendo a informação
adequada. Isso não é nova política, isso não é dialogar com todos e colher de
todos as melhores ideias; isso é não aceitar aquelas ideias que não partem
somente de quem está lá sentado no Paço Municipal. E é triste! É triste, e eu
lastimo muito, não pela política a que eu fiz referência e à que todos nós já
fazemos no cotidiano, mas lastimo, efetivamente, pela insensibilidade do Sr.
Prefeito e do Sr. Vice-Prefeito, Sebastião Melo, para com as crianças e
adolescentes em relação a esse projeto que tão bem faria na prevenção do uso
abusivo de drogas na nossa cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir o PLL nº 048/13, com Veto Total.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu vejo, é verdade, mais um Veto do Executivo a um
projeto de um Parlamentar atuante desta Casa, um jovem promissor, advogado, Dr.
Elizandro Sabino, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, membro da
base do Governo. O Parecer, Ver. Elizandro Sabino, V. Exa. já deve ter observado
– e já quero lhe oferecer um aparte –, tem seis laudas para justificar o Veto.
Nesta Casa,
muitas vezes, dependemos de parcerias dos Vereadores; V. Exa., Ver. Elizandro
Sabino, não tem votado com este Vereador nos momentos mais difíceis, naqueles
momentos em que nós precisamos derrubar o Veto, como V. Exa. busca hoje. E eu
aqui poderia dizer que, há pouquinhos dias também, estava aqui um projeto, de
minha autoria, que buscava obrigar a participação dos guias de turismo nas
excursões em Porto Alegre, e V. Exa. esteve ausente.
Este é um momento de muita angústia, porque nós
precisamos da parceria dos colegas, porque, para quem não conhece, neste
momento, precisamos de 19 votos favoráveis. Então, não adianta o Vereador se
ausentar do plenário, ou, de repente, se abster de votar, porque é a mesma
coisa que votar contra, porque nós precisamos de 19 votos.
O Sr.
Elizandro Sabino: V. Exa. permite um aparte?
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu concedo um aparte a V. Exa., Ver. Sabino, já
antecipando que tenho uma dificuldade, em razão de que o veto que o Executivo
invoca aqui os princípios, buscando aquelas leis todas que nós conhecemos,
começando pela Constituição, enfim, há uma quantidade de justificativas, e, aos
que se interessam, é interpretado como legal, como perfeito. E aos que não
enxergam assim, buscam o contraponto, dizendo que a peça não se prestaria ou
não tem o devido tamanho, ou não se justifica, vamos dizer assim, a ponto de
mudar o nosso voto.
O Sr.
Elizandro Sabino: Obrigado pelo aparte. Ver. Bernardino Vendruscolo,
eu o admiro, porque V. Exa. nunca se ausenta do plenário nas votações. Nesse
sentido, quero dizer que essa também é a minha postura, porque, quando temos
que votar a manutenção ou a derrubada do veto, estou presente no plenário.
Os projetos que votei pela manutenção do veto,
juridicamente, entendia, ao apreciá-los, que havia consistência jurídica, de
forma a não haver brecha para votar no sentido contrário, apenas elencando os
argumentos jurídicos. Mas entendo a posição e o voto de V. Exa., e, nesse
sentido também, certamente, a fala de V. Exa. estará ajudando a consolidar a
base do Governo no sentido da manutenção do veto total do Prefeito. Obrigado.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Vossa Excelência não traz nada de novo na sua fala.
E eu vou ser sincero: nesta Casa, nós, Vereadores, precisamos de parceria.
Vereador, se V. Exa. não sabia, este é o momento de tomar conhecimento da
importância de um voto. Eu – ainda que eu o admire uma barbaridade – vejo em V.
Exa. um futuro muito grande como Parlamentar, mas este é o momento, Ver.
Sabino, de chamar, também, ao compromisso este Vereador, e vejo do seu lado
também, Ver. Paulo Brum, que há poucos dias também votei pela derrubada do veto
ao seu projeto. Agora, o Vereador também esteve ausente na derrubada de dois
vetos aos projetos de minha autoria – e isso ocorre com todos os Vereadores,
claro.
Mas este é o momento de mostrar aos Vereadores que
é duro cumprir ordens, é duro cumprir os compromissos de base, de oposição. Nós
precisamos ser coerentes e vou votar pela manutenção do veto.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLL nº 048/13, com Veto Total.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente; senhoras e senhores; Ver. Elizandro Sabino, não poderia deixar de
vir a esta tribuna para dar o meu apoio ao seu projeto, como educadora, pois
tenho a convicção que, se tivéssemos a capacidade de cobrar dos meios de
comunicação de massa que um percentual da sua programação fosse educativa – de
qualidade e não desinteressante –, e nos horários nobres, tenho certeza que
teríamos menos violência, que teríamos mais cuidado com a infância.
Hoje
é o dia de enfrentamento da violência sexual e da exploração sexual das
crianças e adolescentes, então imaginem o quanto poderíamos trabalhar com
instrumentos de prevenção, alcançando números de telefones e formas de denúncia
para que não ocorressem mais, para que houvesse a imediata reação da sociedade
quando identificasse um caso. E o seu projeto de lei trabalha com isso, com
cota, trabalha com o que está estabelecido de comunicação e quer fazer uma
comunicação de qualidade, fazer uma comunicação que eduque, que traga
informação, que elucide, que denuncie.
Nesse
tema da drogadição é preciso tirar o véu sobre o debate, é preciso tirar o
debate dos grupinhos, do jovem que vai aprender só com os amigos; é preciso que
a sociedade discuta, que a sociedade avalie, que a sociedade dê a possibilidade
do livre arbítrio. Então, eu acredito, sim, que os
argumentos da Prefeitura de Porto Alegre são argumentos burocráticos. Eu acho
que dá trabalho, é verdade, mas imaginem o se poderia produzir de possibilidade
de construção de vídeos, pela nossa juventude, nas escolas de ensino médio, um
trabalho com a gurizada adolescente, nos nossos abrigos, que pudessem dar
depoimentos, ou seja, os vídeos poderiam ser um motivo para que esse tema fosse
trabalhado através da mídia. Acho que, pura e simplesmente, o veto dessa
possibilidade acaba sendo uma desresponsabilização da Prefeitura.
Quero, aqui, fechar esse tempo, dizendo que
votaremos contrariamente ao veto, porque nós achamos que educação, informação
tem que aparecer lá onde o jovem vai procurar. Quando o jovem procurar assistir
a um show, lá já vai aparecer o vídeo chamando atenção sobre esse tema. Insisto
dizer, de novo, que sejam vídeos feitos pela nossa juventude, pelos nossos
adolescentes, pelas entidades que trabalham com trabalho educativo, ou seja,
que falem a linguagem da nossa gurizada.
Para finalizar, ocupo
esta tribuna para agradecer ao nosso gabinete médico da Câmara. Hoje, vocês me
veem com essa tosse, mas, se não fosse o atendimento que eu tive na
quarta-feira e na quinta-feira, com os primeiros sintomas – já tive o
diagnóstico das doutoras aqui –, não sei como teria atravessado a quinta-feira
e a sexta-feira, pois eu vivi uma situação muito grave de uma gripe que me
abalou fortemente. Então, queria parabenizar as nossas doutoras, a equipe
médica da Câmara, aqui, pela rapidez com que atendem, pelo cuidado e pela
eficiência, Sr. Presidente. Quiçá todas as pessoas pudessem seguir trabalhando,
tendo um atendimento médico rápido, como aconteceu comigo, na quarta-feira e na
quinta-feira, nós aqui com grandes debates. Vejam, após cinco dias, terminando
o antibiótico, ainda estou me curando da forte gripe, foi uma interferência
muito importante. Meu agradecimento à equipe do ambulatório da Câmara. Desculpe os
parênteses, Ver. Elizandro Sabino.
Nesse sentido, que todos nós possamos trabalhar a
cultura, a formação e a informação para termos mais saúde. É o que propõe o seu
projeto, e espero que possamos derrubar o veto do Sr. Prefeito. Há momentos em
que a Câmara tem que se impor às razões do Executivo, às razões burocráticas e
às razoes de vício de origem, que nem sempre justificam tudo.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para discutir o PLL nº 048/13, com Veto Total.
O SR. JOÃO
BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, na
realidade, eu concordo com este veto ao projeto do Ver. Elizandro e vou votar
para mantê-lo. O mérito do seu projeto, Vereador, é verdadeiro e valioso nesse
combate às drogas, pelo qual a sociedade se levanta para fazer o movimento
nessa direção. Mas o projeto de V. Exa. – da forma que foi colocado – ficou
muito amplo, como um guarda-chuva muito grande. Por exemplo: nós, sábado
passado, tivemos o Samba Brasil, uma programação do canal Multishow, na Arena
do Grêmio, em que estavam presentes 30 mil, 40 mil pessoas. Se fosse colocado
um vídeo educativo, as pessoas que lá estavam se divertindo não teriam a
oportunidade e nem o interesse em assistir àquele vídeo que estava passando,
longe, porque o palco fica muito longe; e os palcos, hoje, são grandiosos. E, provavelmente,
as pessoas estivessem ocupadas com outras atividades no momento.
Então, o que eu estou sugerindo ao Ver. Elizandro
Sabino? Que ele refaça esse projeto, deixando-o para as casas de espetáculos:
cinemas, teatros, onde o mérito vai ser entendido por 200, 300, 400, 500
pessoas. Vai ao cinema, vai iniciar o filme, apaga a luz, coloca o vídeo
educativo do combate às drogas. As pessoas que ali estão, vão entender e terão
condições de assisti-lo e compreendê-lo. Agora o projeto amplo como está, da maneira
que está... Por exemplo: Planeta Atlântida, 80 mil pessoas; coloca onde o
vídeo? Há mais de um palco lá.
Então, eu entendo, Vereador, sugiro e já
conversamos no sentido de que o senhor refaça e deixe este projeto, porque o
mérito tem valor, dentro desse círculo que falei aqui: teatros, casa de
espetáculo, cinemas, porque aí as pessoas terão a oportunidade de entender
melhor essa mensagem, que é verdadeira. Todos nós estamos nesta cruzada; a
sociedade está nesta cruzada no combate às drogas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal o PLL nº 048/13, com Veto Total.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 08 votos SIM, 15 votos NÃO e 06 ABSTENÇÕES.
Mantido o Veto Total.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2006/13 – VETO TOTAL ao PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 223/13, de autoria do
Ver. Paulo Brum, que cria o Censo-Inclusão e o Cadastro-Inclusão no âmbito do
Município de Porto Alegre e dá outras providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela manutenção do Veto Total.
Observações:
- para
aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, §
4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 13-05-15 (quarta-feira).
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLL nº
223/13, com Veto Total. (Pausa.) Não há
quem queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADO o Projeto por 07 votos SIM, 13 votos NÃO e 07 ABSTENÇÕES. Mantido o Veto Total.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
1º TURNO
PROC.
Nº 0307/12 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 002/12, de autoria do
Ver. Sebastião Melo e outros, que inclui inc.
XXII no art. 94 e § 6º no art. 116 da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre, incluindo o Programa de Metas (Prometa) no rol de competências
privativas do prefeito e determinando que as leis orçamentárias incorporem as
prioridades, os indicadores de desempenho e as metas quantitativas e
qualitativas desse Programa. (desarquivado pela Verª Jussara Cony) Com Emendas nºs 01 e 02.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Mauro
Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator Ver. Idenir
Cecchim: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. Adeli
Sell: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CECE. Relator Ver. Tarciso
Flecha Negra: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEDECONDH. Relatora Verª Luiza
Neves: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da COSMAM. Relator Ver. Paulo
Brum: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CECE,
CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral Ver. Bernardino Vendruscolo: pela
aprovação da Emenda no
02.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois
terços dos membros da CMPA, em ambos os turnos – art. 130 do Regimento da CMPA;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 16-03-15;
-
adiada a votação por uma Sessão em 11-05-15.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação, em 1º
Turno, o PELO nº 002/12. (Pausa.) A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a
palavra para encaminhar a votação do PELO nº 002/12.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, aproveito as últimas
oportunidades de manifestação sobre este importante projeto, que visa a incluir
o Programa de Metas – Prometa – na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.
Nós, na época do Prefeito Fogaça, tivemos vários programas implantados para
cumprimento de metas. E tivemos a grata satisfação de acompanhar e até
operacionalizar muitas ações e cumprimento de metas. Quero ressaltar sobre este
projeto algo que me chamou atenção, ele afirma que uma espécie de “vacina às
falsas promessas de campanhas eleitorais”, visto que o eleito, num prazo máximo
de noventa dias, a contar da sua posse, deverá registrar o Programa de Metas e
torná-lo de fácil compreensão e acesso à população, permitindo o controle
periódico. Então o eleitor poderá ter em mãos o documento que lhe dará poderes
pelo voto e punir a incompetência administrativa. E isso é bem-vindo, porque,
em época de campanha eleitoral, observam-se programas milagrosos que vão
solucionar a habitação, que vão solucionar problemas de saúde. Na prática,
sabe-se que é muito diferente quando se assume o Executivo ou, aqui na Câmara,
como legisladores.
E eu quero ainda salientar que o Município já teve esses programas de metas qualitativas e
quantitativas para as áreas administrativas e municipais com monitoramento,
mas, por descumprimento ou por cobrança ineficaz foram deixando de lado. Vejam
bem, o 156 não é simplesmente um número de telefone, ele gera todos os registros
de demanda daquela população que precisa de um atendimento. Então, é um
programa que gera relatório, e esses relatórios gerenciais acabam nas
Secretarias. As Secretarias, quando havia esse programa do Prefeito Fogaça,
tinham de saber como estava o seu atendimento porque geravam, também,
relatórios em vermelho. Bem-vindo seja esse projeto, que vem resgatar o que já
existiu no Município, que era esse programa que dividiu em vários seguimentos:
socioambiental – que eu lembre –, entre outros. E nós nos apropriamos, porque
queríamos também programa para os animais na época, então, nós tínhamos de
conhecer como era a gestão. Foi uma gestão, para nós, muito boa, na qual se
aprovaram leis, regulamentaram, criaram uma coordenadoria, enfim.
Eu também quero
salientar que felizes de nós se tivéssemos hoje esse projeto implementado,
porque aí poderíamos cobrar, nas duas campanhas, a promessa de criação do tal
hospital veterinário, que nós estamos esperando até hoje. Tiraram fotos de
planta, fizeram a campanha de 2012, voltou agora em 2014, e não se tem nada de
hospital. Então, esse projeto do então Ver. Sebastião Melo – hoje Vice-Prefeito
–, que a Ver.ª Jussara Cony desarquivou, é muito importante. Certamente, o meu
voto vai ser favorável porque vai dar amparo para nós e para a população, na
medida em que a sua implementação for efetivada. Obrigada.
(Não revisado
pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PELO nº 002/12.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, há um ditado popular que diz que há um momento em
que nós temos de falar e que em outro, temos de calar. Eu poderia, Ver.
Tarciso, ficar quietinho ali na minha bancada, faria minha votação e ficaria com
a minha consciência tranquila. Inobstante, eu me sinto no dever de fazer um
alertamento à Casa e, de certa forma, antecipar uma justificativa de voto,
ainda que eu entenda, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, que
voto a gente assume e não se discute.
Em março de 2012, V. Exa., Ver. Mauro, quando
integrava a Comissão de Justiça, relatava este projeto naquela Câmara Temática,
eu aprovava o seu parecer, com restrições quanto ao mérito. Vossa Excelência
tinha razão. Juridicamente, o projeto estava correto, e, lá na Comissão de
Constituição e Justiça, nos cabia tão somente olhar sob este aspecto.
Ora, Sr. Presidente, eu apresentava restrições
naquela época, e, na medida em que elas não foram satisfeitas ao longo desse
período, seria uma omissão, e eu não quero que se integre à minha biografia que
eu silenciei diante dessa situação. Quero alertar os colegas claramente no
sentido de que, no fundo, mesmo, o que estamos fazendo é aumentar a capacidade
do Prefeito de ter privacidade à prerrogativa de iniciar o processo de
determinados assuntos. A emenda se refere ao art. 99 da Lei Orgânica Municipal,
que, claramente, estabelece as inúmeras situações em que, privativamente, as
matérias só podem ser iniciadas aqui na Câmara pelo Chefe do Poder Executivo.
A expectativa, Ver. Alex, de que este projeto possa
ser obstáculo, em função de algumas coisas que ocorreram no cenário recente da
vida pública brasileira, é um ledo engano, porque, 90 dias depois da posse o
Prefeito, o Governador do Estado ou o Presidente da República vai anunciar o
seu programa de ação, e, mesmo que tenha feito as maiores e mais efusivas
promessas durante o período eleitoral, ele não as irá repetir. Eu pergunto a V.
Exa. se a Presidente da República poderia, 90 dias após a sua reeleição,
colocar as mesmas coisas que ela dizia durante o período pré-eleitoral; que não
iria mexer nos direitos dos trabalhadores nem que a vaca tossisse. Pô, a vaca
tossiu, e tossiu demais! Então, isso, Ver.ª Lourdes Sprenger, fica ao encargo
do Chefe do Poder Executivo – é o que diz a lei –, dizer o que vão fazer. Eles
vão falar isso 90 dias depois de eleitos. E, mesmo falando 90 dias depois de
eleitos, há um risco: quem, em sã consciência pode, em 90 dias, com
antecipação, prever quatro anos neste País? Onde as coisas mudam mês a mês, dia
a dia, hora a hora!
O Prefeito Fortunati, há dois anos, se tivesse que
fazer essa proposta, iria dizer claramente: “Vou continuar brigando pelo
metrô!” E vai continuar brigando a vida inteira, porque o metrô não vai ser viabilizado,
do jeito como as coisas estão sendo realizadas neste País. Então, quero dizer,
sinceramente, com muita dor, e eu tenho um apreço enorme pelo Vice-Prefeito da
Cidade, meu colega de várias legislaturas, mas a sua proposta, que foi
subscrita inclusive por inúmeros ex-colegas que não mais estão aqui na Casa, e
que teve, inclusive, o voto contrário do Ver. Bernardino Vendruscolo, não vai
suprir esse desejo do brasileiro de se livrar das “falsas baianas”, das
promessas eleitorais. Até porque nós mesmos, quando candidatos a Vereador, com
exceções, vamos a rádios e a televisões dizer: “Olha, nós vamos cuidar da
saúde, vamos cuidar da educação, vamos cuidar da educação, vamos cuidar da
assistência social...” e daí por diante, e Vereador não cuida de nada disso! O
Vereador legisla, fiscaliza, etc. e tal.
Por isso, Sr. Presidente, com dor no coração –
repito –, sei que isso vai ser objeto até de exploração, quem sabe até de
mal-entendidos, mas a consciência não me permitiria que eu não viesse aqui e
fizesse esse alerta aos colegas. Como não tenho coragem de votar contra,
falta-me coragem, vou-me abster, porque tenho os meus defeitos.
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: Obrigado pelo aparte antirregimental, Ver.ª Sofia.
Sei que V. Exa. está preocupada porque a sua Presidência não poderia cumprir
essa lei de jeito nenhum.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal a Emenda nº 01 ao PELO nº
002/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM, 18 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Apregoo o
Memorando nº 008/15, de autoria do Ver. Clàudio Janta, nos termos do art. 227,
§ 6º e 7º do Regimento – justificativa de falta –, que comunica a sua
participação no 1º Ciclo do Cursos de Formação Política de 2015, promovido pela
Fundação 1º de Maio, nos dias 14 e 15 de maio de 2015, em Capão da Canoa.
Em votação nominal a Emenda nº 02 ao PELO nº
002/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 07 votos SIM e 20
votos NÃO.
Apregoo o PR nº
018/15 de autoria da Mesa Diretora.
Em votação nominal o
PELO nº 002/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO, em 1º turno,
por 27 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.
A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito a alteração da ordem da priorização de votação, invertendo
a posição de dois projetos de minha autoria, o PR nº 013/15 e o PLL n° 067/14,
para que possamos votar imediatamente o PR nº 013/15. Após, retornaremos à
ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento
de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0597/15 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 013/15, de autoria da
Verª Sofia Cavedon, que inclui Capítulo IV – Da Procuradoria Especial da Mulher
–, com arts. 86-A a 86-G, no Título II – Dos Órgãos da Câmara Municipal – da
Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 – Regimento da Câmara Municipal de
Porto Alegre –, e alterações posteriores, criando a Procuradoria Especial da
Mulher e dando outras providências.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CECE,
CEDECONDH e COSMAM. Relatora-Geral Verª Mônica Leal: pela aprovação do
Projeto.
Observações:
- votação nos
termos do art. 126 do Regimento da CMPA;
- para aprovação,
voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, II, da
LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o PR nº
013/15. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a
votação do PR nº 013/15.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu convido as demais
Vereadoras a também encaminharem, para construirmos juntos a fundamentação
dessa iniciativa. Todas as Câmaras Municipais e Assembleias
Legislativas estão sendo convidadas, há alguns anos, a partir de uma conquista
e de uma construção das Deputadas Federais e Senadoras, a terem Procuradorias
da Mulher em cada um desses Legislativos, Ver.ª Lourdes, Ver.ª Mônica, que
relatou, Ver.ª Fernanda Melchionna. Este movimento tem o sentido de uma ação
afirmativa que se soma, que se insere no movimento, na campanha que a ONU está
chamando, no mundo inteiro, de “maior participação da mulher na política”. Aqui
no Rio Grande do Sul, nós recebemos, há duas semanas, a Senadora Ana Amélia
Lemos, a nossa Deputada Federal Maria do Rosário, representando a Procuradora
da Mulher da Câmara e do Senado; da Câmara, é do PCdoB, não lembro agora o nome
de Procuradora, que estão envolvidas e empenhadas nessa campanha. E nós
entendemos que a nossa Câmara, a Câmara da Capital, pode dar o exemplo e criar
esse espaço, que é um espaço político na Casa, que tem funções para além de
mobilizar a mulher para a política. Queria lembrar aqui as tão lindas palavras
do Provincial do Murialdo, dizendo que “as mulheres são convidadas a trazer ao
mundo político a ternura”. Achei tão bonito, está propondo a pedagogia do amor
e da paz para a transformação da sociedade. É trazer as dimensões que a mulher
cuidou mais historicamente para dentro da política. Mas a nossa Procuradoria
aqui na Casa, que não implica custos maiores, tem o objetivo de zelar pela
participação mais efetiva das Vereadoras nos órgãos e nas atividades da Câmara,
mas também de receber, examinar e encaminhar aos órgãos competentes denúncias
de violência e de discriminação contra a mulher – obviamente, fará isso em
parceria toda vez que entrar na Comissão de Direitos Humanos –, de fiscalizar e
acompanhar a execução de programas de Governo que visem à promoção da igualdade
entre homens e mulheres, bem como a implementação de campanhas educativas e
antidiscriminatórias de âmbito municipal; cooperar com organismos públicos e
privados voltados à implementação de políticas para mulheres, e promover
estudos, debates sobre violência e discriminação contra as mulheres; acompanhar
os debates promovidos pelo Fórum Municipal da Mulher, pelo Conselho Municipal
dos Direitos da Mulher e promover integração entre o Movimento de Mulheres e a
Câmara Municipal, para citar alguns. Ainda há o tema da Maria da Penha. Parece-me
que, hoje, este Dia Nacional de Luta Contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é simbólico,
emblemático, porque as nossas meninas, infelizmente, ainda são profundamente
atingidas por esta que é uma das facetas da discriminação da mulher no nosso
País. A violência atinge em todas as faixas etárias, e nós temos muito que
fazer na dimensão de gênero.
Então, uma das Vereadoras, a cada ano, e uma
Suplente, ou duas Vereadoras vão tratar de dar conta de ter esse olhar, esse
corte de olhar sobre as questões de gênero no nosso Legislativo. E vamos nos
somar ao movimento nacional, Ver. João Carlos Nedel, que todas as Deputadas,
Senadoras e Vereadoras fazem nesse sentido, para retirar barreiras da
participação da mulher na política, para retirar barreiras de acesso a
políticas públicas e, principalmente, manter a sua integridade física e
emocional.
Então, nós mulheres aqui da Câmara contamos com o
apoio de todos e de todos os nobres Pares, homens e mulheres deste plenário,
para começar um outro momento, nesse tema, também nesta Casa, onde nós temos e
tivemos grandes protagonistas nessa questão de gênero, e aqui quero lembrar a
Clênia Maranhão, para citar uma Vereadora do PMDB, e a Ver.ª Helena Bonumá.
Foram duas guerreiras no tema de gênero, acho que a gente acrescenta e continua
a história que elas fizeram nesta Casa constituindo a Procuradoria. Muito
obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Lourdes
Sprenger está com a palavra para encaminhar a votação do PR
nº 013/15.
A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr. Presidente, este
projeto da Ver.ª Sofia que cria a Procuradoria não é tão novo. No que se
refere a outros Municípios, há bastante tempo temos conhecimento dessa
iniciativa que vem de fora do Estado. E, para nós, é muito importante ter mais
um setor que possa acumular propostas, inclusive do nosso tempo, e mídia, que
não é considerada; do nosso percentual, porque temos que completar os quadros
eletivos, para que não fiquemos somente como mais uma candidata e não como uma
efetiva candidata disputando os votos.
Necessário se faz que esta Casa aprove essa
procuradoria, para nos nivelarmos a outros Municípios que estão implantando a
procuradoria e sem a preocupação da geração de mais cargos ou não, porque aqui isso
não está previsto. Então nós devemos pensar, principalmente nossos colegas
Vereadores, na avaliação do melhor desempenho das mulheres, porque, na hora em
que nós assumimos os mandatos, esquecemos, na hora do voto, se é um homem ou
uma mulher que está votando o projeto ou os projetos para os cidadãos e
cidadãs.
Essa boa iniciativa da Ver.ª Sofia merece a nossa
aprovação, mesmo porque já tivemos reuniões aqui com vários partidos, porque é
uma procuradoria apartidária e de outras lideranças que estiveram aqui na
Câmara Municipal como na Assembleia Legislativa e que continuarão tendo essas
reuniões. Poderemos também nos nivelar para ver os projetos que estão sendo
feitos em outras instâncias, em outras Câmaras, para melhorar as nossas
atividades. Em se tratando da violência contra as mulheres, é muito importante
que tenha algo mais a somar para que possamos minimizar esta triste situação,
quando a mulher passa por agressões, por violências, as quais ninguém deve
apoiar.
Então, meu voto vai ser favorável a esta
Procuradoria Especial da Mulher. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para
encaminhar a votação do PR nº 013/15.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Presidente Mauro Pinheiro, nem bem a Procuradoria Especial da Mulher foi
votada, implementada, e nós já assistimos, aqui no plenário da Câmara de
Vereadores de Porto Alegre, uma grande mudança, porque os homens acabaram de
falar, enquanto as mulheres vinham para esta tribuna, porque hoje quem fala são
as mulheres. Palmas para os homens que reconheceram a importância desse tema.
O projeto de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon é de
extrema importância, na medida em que trata de uma pauta de longa data e que
preocupa a todos, que são as questões das mulheres. Eu poderia, aqui, discorrer
sobre o risco das mulheres, a violência das mulheres, as políticas públicas,
enfim, são tantos os temas, mas eu vou me focar num só, que é a questão do
papel das mulheres na política.
Quem me dera que não fossem necessárias quotas para
as mulheres atuarem na política, porque nós sabemos da grande dificuldade
disso, e que, na maioria das vezes, existe essa questão das mulheres
“laranjas”. Nós não podemos fugir disso.
Então, imediatamente, eu apoiei esse projeto, tornei-me
relatora, participei da reunião com a Senadora Ana Amélia Lemos, com a Deputada
Federal Maria do Rosário, Deputada Estadual Manuela d’Ávila, a Deputada Stela
Farias, as Vereadoras desta Casa, porque o tema é tão importante que sobrepõe
siglas partidárias, ideologias políticas. Porque nós sabemos que o número de
mulheres votantes é enorme, nós somos o maior número de votantes. Em
contrapartida, nós assistimos na Câmara Federal, nas Assembleias Legislativas,
nas Câmaras Municipais, um número reduzido de mulheres na política.
Então, eu tenho grande esperança que essa
Procuradoria Especial da Mulher que está sendo tratada pelo Brasil afora – isso
vai muito além das comportas do Legislativo Municipal – não só desperte as
mulheres para a política, mas que encoraje às mulheres e dê suporte para que
elas possam fazer a sua campanha política, para quem tem tripla jornada de
trabalho, quem chega, quem sai do Executivo, quem sai de um gabinete, quem sai
de um Parlamento e continua a sua tarefa dentro de casa.
Então, eu me sinto extremamente entusiasmada com
este projeto e quero chamar todas as mulheres porto-alegrenses para que nos
ajudem nessa caminhada, que a união de forças traga, possivelmente, mais
mulheres candidatas. Ninguém aqui quer competir com os homens, muito pelo
contrário: nós queremos andar lado a lado aos homens na política. Nós temos
plena consciência da importância do papel da mulher na política, na medida em
que ela tem uma sensibilidade muito grande para tratar das questões, dos
problemas dos outros. Então é fundamental que neste Parlamento seja uma
aprovação unânime. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
encaminhar a votação do PR nº 013/15.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Também quero
falar desta tribuna da importância da criação dessa procuradoria, que é muito
mais uma nova função para que as Vereadoras desta Casa também sejam
protagonistas da discussão de combate à desigualdade de gênero que ainda existe.
É uma unanimidade entre as Vereadoras que – espero que pelo conjunto dos
Vereadores também –, obviamente, tratar desiguais como iguais sempre reproduz
preconceito, e nós que vivemos num País em que, a cada uma hora e meia, uma
mulher ainda é violentamente assassinada pelo marido, ex-marido, companheiros e
ex-companheiros, não podemos comparar desiguais. Então, é muito importante ter
políticas protetivas, políticas específicas de gênero. Esta Câmara avança nesse
sentido, muito embora a Comissão de Direitos Humanos já trate dessa questão,
muito embora as Vereadoras façam este debate – inclusive acabamos de produzir
um relatório sobre o desmonte das políticas da pequena rede de assistência às
mulheres, vítimas da violência –, mas uma procuradoria específica permanecerá.
Essa procuradoria, certamente, terá muitas atribuições para além do combate à
violência doméstica, para além da desigualdade salarial; trará o debate da
saúde da mulher, o debate dos fóruns especiais que tratam das
políticas de mulheres. Então, eu acho que os desafios são muito bons, grandes,
desafiantes, e ao mesmo tempo precisam ser fortalecidos. Eu estava vendo, dia
desses, uma matéria que falava que em 80 anos, Ver.ª Sofia, proponente da
Procuradoria, se seguir o andar da carruagem de hoje, as mulheres receberão os
mesmos salários dos homens. Em 80 anos? Não. Vamos lutar para que a igualdade
substantiva venha imediatamente, a partir da luta organizada do movimento de
mulheres, que encontrem espaço na institucionalidade, para garantir que a indignação
se transforme em possibilidade de conquista. Então, quero parabenizá-la; acho
que a Procuradoria vai ser um outro espaço importante de luta das políticas das
mulheres; certamente terá o nosso voto favorável e obviamente a nossa defesa.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony
está com a palavra para encaminhar a votação do PR nº 013/15.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras. Vereadora Sofia eu inicio a defesa dessa importante
contribuição de V. Exa., dizendo que as mulheres sempre estão, no tempo
político, à frente da luta para buscar espaços de poder. Nós sabemos o
significado da nossa participação para as transformações de fundo da sociedade,
lado a lado com os homens, nessa visão emancipacionista, porque a emancipação
de uma sociedade é medida pelo grau de emancipação das mulheres nessa
sociedade. A questão do poder é uma questão estratégica para nós. E o poder não
é apenas nos espaços Legislativos, porque todas nós que aqui chegamos em outros
espaços, nós somos um produto de muita participação, seja no movimento
sindical, no movimento comunitário, na luta unitária das mulheres, enfim, nas
nossas frentes de trabalho, como profissionais, então, a questão do poder para
nós é estratégica – para nós e para a sociedade. A Procuradoria já existe no
Senado, na Câmara Federal, vai ser criada agora na Assembleia Legislativa. Esta
luta das mulheres passou por essa Casa. Faço questão de resgatar quando o
Presidente dessa Casa, Ver. Mauro Pinheiro, por uma solicitação que chegou a
nós e a todas as Vereadoras, recebeu a Senadora Ana Amélia Lemos, a Deputada
Federal Maria do Rosário, as Deputadas Estaduais Manuela d'Ávila e Stela Farias
e todas as Vereadoras presentes, no sentido de que nos incorporássemos a essa
luta. A criação da Procuradoria da Mulher, nesta Casa, faz parte dessa luta
maior, dessa luta em construção coletiva, que vai desembocar aqui no dia 25.
Então, Ver.ª Sofia, vamos já chegar com essa aprovação no dia 25, quando
teremos a instalação da Procuradoria da Mulher da Assembleia e o lançamento da
campanha Mais Mulheres na Política, que fez uma relação fundamental e
estratégica entre os três Poderes. Estaremos aqui com a presença da Senadora
Vanessa Grazziotin, para o lançamento da campanha, porque ela é a Presidente da
Procuradoria da Mulher no Senado.
Já aproveito para publicizar, na defesa deste
projeto apresentado pela Ver.ª Sofia, que, no dia 25, desde o café da manhã,
teremos audiência pública da instalação da Procuradoria na Assembleia, da
Procuradoria Especial da Mulher no Senado, e, às 10h30min, lançamento da
campanha Mais Mulheres na Política, que é uma parceira da ONU Mulheres, do
Senado, da Câmara Federal, no auditório Dante Barone, com uma posse coletiva à imprensa
unificando toda essa luta das mulheres.
Aproveito para convidar a todos os colegas homens,
porque a nossa luta não é separada dos homens na sociedade. Quanto mais homens
atuarem junto conosco num processo como esse, mais os homens compreenderão o significado
das mulheres, e nós mulheres, cada vez mais, estaremos avançando nessa luta
pelo poder, porque nós, que já estamos lutando, queremos reforma política com o
fim do financiamento privado, queremos equidade nas listas – uma mulher e um
homem –, queremos que o financiamento dos partidos seja dividido igualmente
para as mulheres.
Hoje, quero finalizar dizendo que protocolei, nesta
Casa, um projeto de lei para garantir 50% de mulheres nos Conselhos Municipais
da cidade de Porto Alegre. É dessa maneira que nós vamos, nos vários espaços de
poder, construindo, ao lado dos homens, uma nova sociedade. Tem homens que não
virão conosco, mas há muitos que já estão. E acho que é isso que temos que
lembrar aqui e dizer que este momento é um momento grandioso nesta Câmara, nos
preparando para o dia 25, e para lutas que temos pela frente por mais mulheres
na política e no poder.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio
Janta, o PR nº 013/15. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 24 votos SIM.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, votei conscientemente a
proposição da Ver.ª Sofia Cavedon, eis que a mesma foi muito bem esclarecida no
parecer conjunto prolatado pela Ver.ª Mônica, que foi esclarecedor e justifica
por inteiro o voto por nós prolatado. Peço que conste nos Anais a presente
declaração. Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a retirada da Indicação
nº 038/14 da priorização de votação da Ordem do Dia de hoje.
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de
autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0615/13 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 002/13, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, que altera o inc. I do caput
do art. 82 da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973 – que
institui e disciplina os tributos de competência do Município –, e alterações
posteriores, estendendo até o 6º (sexto) dia útil de janeiro do ano da
competência o prazo para pagamento de impostos e taxa com redução de 20% (vinte
por cento). Com Emendas nºs 01 e 02.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Alberto Kopittke: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela rejeição do Projeto e da
Emenda nº 01;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Clàudio Janta: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82,
§
1º, I, da LOM;
- incluído na
Ordem do Dia em 25-11-13.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLCL nº 002/13. (Pausa.) O Ver. Bernardino Vendruscolo
está com a palavra para discutir o PLCL n° 002/13.
O SR. BERNARDINO
VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; o assunto
já é bastante conhecido, esse já o quinto projeto que tramita com esse objetivo
que busca mudar o vencimento do IPTU em Porto Alegre, especialmente para quem
pretende pagar com cota única, com desconto. Eu quero cumprimentar o Ver. Kevin
Krieger, Líder do Governo; não posso deixar de citar também o Secretário
Tonetto, que foi muito sensível, desde o início, Ver. Kevin Krieger, quando
mostramos que não tinha motivo para persistir a ideia de nós não avançarmos nas
mudanças do vencimento do IPTU. Primeiro, o objetivo sempre foi buscar fazer
justiça, fazendo com que aquelas pessoas que também recebem lá, no quinto dia
útil o seu salário, pudessem ter condições, ou melhores condições de usufruírem
desse desconto. Também os transtornos que ocorrem para quem pretende pagar o
IPTU dentro desse vencimento, ou seja, no primeiro dia útil do ano. Vou
repetir: primeiro dia útil do ano! Isso sempre ocorre depois de um feriadão,
nós todos sabemos os transtorno que isso traz para cada um, as dificuldades
que, quer queiram ou não, acontecem com quem busca pagar um tributo no primeiro
dia útil do ano, porque as agências lotéricas estão lotadas, os bancos também.
Então, o objetivo também, nesse sentido foi, primeiro, buscar justiça, dar
condições para os demais cidadãos pagarem com esse desconto, usufruindo dessa
condição. E, por outro lado, sair desse vencimento do primeiro dia útil do ano
em razão das dificuldades.
Fazendo o registro, quero também cumprimentar aqui
o servidor Jackson, que vem acompanhando essa ideia de muito tempo, como eu
disse, esse é o quinto projeto. E ele não está, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, como eu gostaria, vou confessar. Nós acertamos, o projeto tem acordo, nós fizemos uma emenda. Vou pedir
aos colegas que observem o que, basicamente, diz o projeto depois das
modificações, das alterações – com a emenda –, atendendo, minimamente, uma
negociação com acordo do próprio Executivo. Ou seja, com vencimento até 20% de
redução, se o pagamento for efetuado até o 2º dia útil de janeiro do ano da
competência. II – até 15% de redução se o pagamento for efetuado até o 7º dia
útil de janeiro do ano da competência. Essa composição foi feita para não
ocorrer a possibilidade de haver dois vencimentos na mesma semana. E foi
tratado não como dia e, sim, como dia útil melhor dizendo, em razão do feriado,
que sempre, em final de ano, esse vencimento ocorre sempre logo depois de um
feriado, para que se dê mais condições ou melhores condições aos nossos contribuintes.
Então, como digo, não aquilo que eu buscava, mas já é um progresso. E eu quero
cumprimentá-lo, Ver. Kevin Krieger, por ter, de uma forma ou de outra,
contribuído para que nós chegássemos, minimamente, a essa condição. Parabéns a
V. Exa. e ao Secretário da Fazenda.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para
discutir o PLCL nº 002/13.
O
SR. KEVIN KRIEGER: Boa tarde. Eu cumprimento o Presidente Mauro
Pinheiro, o Ver. Bernardino, os Vereadores e Vereadoras, o público que nos
assiste. Quero dizer ao Ver. Bernardino que, da mesma forma que ele agradeceu o
meu empenho junto ao Governo, junto ao Secretário da Fazenda, Jorge Luís
Tonetto, e também ao servidor Jackson que está aqui conosco assessorando a
Secretaria da Fazenda junto à Câmara Municipal, quero dizer da boa intenção do
Ver. Bernardino de dialogar com o Governo. E isso demonstra, Ver. Bernardino,
que o Governo está aberto à discussão e a debater com os Vereadores, tanto da
situação quanto da oposição, quanto os Vereadores que hoje são independentes
nesta Casa. Nós tivemos duas reuniões com a Secretaria da Fazenda, Ver.ª Lourdes Sprenger, e conseguimos ajustar por meio da Emenda nº 02
uma parceria entre esta Casa e o Executivo, como o Ver. Bernardino falou, não
era exatamente o que ele gostaria, mas ele também escutou o Secretário da
Fazenda e sua assessoria técnica, e entendeu que essa era a emenda possível.
Assim, conseguimos dar chance, inclusive, para aquelas pessoas que vão pagar esse
imposto recebendo o salário no quinto dia útil.
Então, isso
demonstra, o Ver. Alberto Kopittke veio a esta tribuna, mais uma vez, hoje à
tarde, dizer que este Governo só quer saber, Ver. Reginaldo Pujol, de patrolar.
Eu já falei isso semana passada e, desde a semana passada, Ver.ª Jussara Cony,
nós temos demonstrado que o diálogo está à frente desta Casa. Nós aprovamos
projetos dos Vereadores nesta Casa, um projeto da área da saúde do Hospital Mãe
de Deus, que foi aprovado – se não foi por unanimidade, foi por quase
unanimidade, se não me engano, discutido e debatido nesta Casa. Também tivemos
uma construção hoje de um projeto que era do Ver. Sebastião Melo – hoje
Vice-Prefeito – que, em parceria com a Ver.ª Jussara, que desarquivou o
projeto, aprovamos o projeto na tarde de hoje. E hoje estamos discutindo o
projeto do Ver. Bernardino, situação, diria: oposição e Vereador independente.
Isso, Ver. Clàudio Janta, demonstrando o que nós e a Procuradoria da Mulher,
também da oposição – que nós estamos tentando fazer o máximo possível para
aprovar os projetos que são importantes para esta Casa. Nem sempre, Ver.
Reginaldo Pujol, conseguiremos ter o consenso, mas iremos ao máximo da
discussão, Ver. Cássio, e do debate para que nós possamos, sim aprovar os projetos
que são de interesse da nossa Cidade e dos nossos cidadãos.
Ver. Bernardino
Vendruscolo, terás o nosso apoio da base do Governo para aprovação da Emenda nº
02, que foi construída entre o senhor e a Secretaria da Fazenda e também o
apoio da base do Governo para a aprovação desse projeto, que vai, sem dúvida
nenhuma, colaborar com os cidadãos da cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCL nº 002/13.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, o Ver. Kevin já acentuou uma situação
absolutamente positiva a que estamos assistindo na tarde de hoje. Primeiro, a
Ver.ª Jussara Cony, sabidamente um dos baluartes da oposição, numa posição
muito criteriosa, muito digna, muita altiva, assumiu a responsabilidade de
encaminhar a votação de um projeto que nasceu em 2012 e que tinha como primeiro
signatário o hoje Vice-Prefeito da Cidade.
A Vereadora, com
muito jeito, com muita habilidade e com muita firmeza, leva avante um projeto
que, a meu juízo, inclusive, não corresponderia, efetivamente, àquilo que é a
pretensão dos nossos colegas aqui na Casa. Unanimemente, por assim dizer, dado
que o meu voto de abstenção não produz efeito algum, a não ser na hipótese em
que não conseguisse quórum – o que não se registrou, houve sobra de quórum.
Agora eu vejo que o meu amigo Bernardino Vendruscolo, que eu conheci muito
antes de ele ser Vereador – o nosso relacionamento vem de mais tempo, inclusive
já teve o privilégio de votar em mim, privilégio este que ainda vou estender
para todos vocês ainda – e que há cinco anos batalha por uma posição, a vê
agora absolutamente consagrada.
Não há dúvida
nenhuma, o nosso Líder já avisou, votaremos em bloco favoravelmente à pretensão
do Ver. Bernardino Vendruscolo. E aí fica uma pergunta: o que mudou em tudo
isso? Mudou a Liderança do Governo? Mudou a constituição da Câmara? Mudou o
autor da proposta? E eu respondo, Ver.ª Mônica: mudamos todos nós. Passamos a
trabalhar na possibilidade do entendimento, que é o que mais deve presidir os
debates, os encaminhamentos numa casa política como é a nossa Casa. E eu falo,
Ver.ª Sofia, com muita autoridade. V. Exa. sabe que, há alguns
anos, naqueles longos anos em que o seu partido dirigiu a Cidade, muitas vezes
eu fui voto decisivo para a aprovação de alguns projetos, porque estava
convencido de que eles eram bons, e eu vinha para a tribuna e sustentava –
disse a V. Exa. hoje – muitas vezes com os apupos da plateia. Então, eu
acredito no entendimento, acho que esse é um bom caminho. Cumprimento o Ver.
Bernardino Vendruscolo, que disse: “Não é bem o que eu queria!”, mas, Vereador,
em busca do ótimo, está-se perdendo o bom. E foi, sem dúvida nenhuma, um bom resultado.
Não vou cumprimentar o Ver. Kevin, não. Não. O Ver. Bernardino Vendruscolo quer
que eu te cumprimente, Kevin, mas eu não vou te cumprimentar porque faz parte
de um esquema de trabalho que a gente traçou, de procurar dirimir a
radicalidade, que não leva a consequência alguma, que é prejudicial à Casa, que
é prejudicial ao Governo, que é prejudicial a todos nós e à sociedade de Porto
Alegre.
Meus
parabéns, Ver. Bernardino! A minha alegria é que desta vez vou votar a favor do
teu projeto, que não será vetado; será sancionado pelo Prefeito Fortunati, num
dia de festa, que nós faremos na ocasião! Meus parabéns maiores são para a
população de Porto Alegre, que são os beneficiários deste projeto, que, agora,
em determinados momentos, se não puderem gozar da primeira possibilidade de
desconto, gozarão da segunda. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação a Emenda nº 02, destacada, ao PLCL nº
002/13. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADA por
unanimidade. Está prejudicada a Emenda nº 01.
Em votação o
PLCL nº 002/13. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
O SR. KEVIN
KRIEGER (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Kevin Krieger. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Não
há quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 18h26min): Encerrada a Ordem do Dia.
O SR. DELEGADO CLEITON: Presidente, estranhamente, hoje eu tentei votar,
durante todo dia, no meu teclado, mas não consegui. Agora acionou sem eu
tocá-lo. Gostaria que depois isso fosse verificado.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1015/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 084/15, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Celso Dias Dihl o logradouro público cadastrado conhecido como Rua
8830 – Loteamento Residencial Parque do Rincão –, localizado no Bairro
Restinga, no trecho que inicia no limite Sudoeste do Loteamento Parque do
Rincão e termina 20m (vinte metros) após a Rua Diretriz 7124.
PROC.
Nº 1138/15 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 011/15, que altera a ementa, o caput do art. 1º, os §§ 1º e 2º e o caput do art. 2º da Lei nº 11.693, de 1º
de outubro de 2014, que autorizou o Executivo Municipal a contratar operação de
crédito no Programa do PMAT – BNDES, e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC.
1487/13 – SUBSTITUTIVO Nº 01, de
autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que proíbe o patrocínio e a realização de
eventos esportivos ou infantis por empresas de produtos fumígenos ou de bebidas
alcoólicas no Município de Porto Alegre, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 143/13, de autoria do Ver. Alberto
Kopittke.
PROC.
Nº 0481/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 046/15, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que
inclui a efeméride Julho Amarelo no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de
2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de
Porto Alegre –, e alterações posteriores no mês de julho.
PROC.
Nº 0811/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 071/15, de autoria do Ver. Engº Comassetto, que
inclui a efeméride Dia Municipal de Celíaco no Anexo da Lei nº 10.904 –
Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto
Alegre –, de 31 de maio de 2010, e alterações posteriores, no dia 13 de
setembro.
PROC.
Nº 1016/15 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 008/15, que autoriza a desafetação de bens
públicos municipais de uso comum e a doação ao Departamento Municipal de
Habitação (Demhab) dos imóveis que nomina, para fins de regularização fundiária
das Vilas Minuano, David Canabarro, Recreio da Divisa e Mato Sampaio.
PROC.
Nº 1106/15 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 010/15, que autoriza o Poder Executivo a
contratar operação de crédito externo no valor de até U$ 80.800.000,00 (oitenta
milhões e oitocentos mil dólares) com o Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID).
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não há quem
queira discutir a Pauta. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 18h28min.)
* * * * *